Assassinato de deputada interrompe campanhas sobre Brexit
16 de junho de 2016As campanhas do referendo sobre a saída ou permanência do Reino Unido na União Europeia (UE) foram suspensas por um dia, nesta quinta-feira (16/06), após a morte de uma deputada inglesa, que foi baleada e esfaqueada durante um ato na cidade de Birstall, no norte do país.
A deputada Jo Cox, do Partido Trabalhista e contrária ao "Brexit" (saída do Reino Unido da UE) levou dois tiros, durante encontro com eleitores. A deputada de 41 anos teria tentado intervir numa briga entre dois homens. Um deles estava armado e atirou duas vezes contra Cox, além de tê-la esfaqueado.
Um homem de 77 anos ficou ferido no ataque. O suspeito de ter atirado, de 52 anos, foi preso. O chefe do departamento policial local, Dee Collins, comunicou que a polícia acredita se tratar de um "incidente isolado" e não está à procura de qualquer outra pessoa em ligação com o ataque.
Collins afirmou ainda que a polícia não especulará sobre o motivo do tiroteio e acrescentou que policiais apreenderam "algumas armas", sem entrar em detalhes. Não está claro se o ataque contra Cox estava ligado ao debate político do "Brexit" ou se a deputada foi um alvo deliberado. Violência contra políticos é algo raro no Reino Unido, assim como ataques a arma.
Uma porta-voz da polícia local disse que ainda não foi possível confirmar o relato de várias testemunhas que afirmaram que o agressor gritou "Britain First!" ("Reino Unido primeiro"), em referência a um slogan utilizado pela extrema direita, que é contrária à imigração e pró-saída da UE.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou que "isso é absolutamente trágico e uma notícia terrível". "Perdemos uma grande estrela", disse. "Ela era uma grandiosa deputada que fazia campanha com profunda compaixão e um grande coração."
O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, comunicou que "todo o Partido Trabalhista e da família do Trabalho – e na verdade todo o país – estão hoje em choque com o assassinato horrível de Cox".
Um membro do Parlamento britânico não era morto desde 1990, quando o Exército Republicano Irlandês (IRA) matou o parlamentar conservador Ian Gow com uma bomba colocada sob seu carro. Um ex-parlamentar, Donald Kaberry, foi ferido num atentado do IRA em 1990 e morreu no ano seguinte.
PV/ap/efe/afp