Ataque deixa ao menos três mortos no sul da França
23 de março de 2018Pelo menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas nesta sexta-feira (23/03), quando um homem armado, jurando lealdade ao "Estado Islâmico", abriu fogo no sul da França e em seguida se entrincheirou num supermercado, onde fez reféns por horas e depois foi morto pela polícia.
O caso está sendo tratado como terrorista pelas autoridades francesas. No supermercado, o atirador teria gritado em árabe "Deus é grande" e dito ser um soldado do "Estado Islâmico". Ele também teria pedido a libertação de Salah Abdeslam, único terrorista sobrevivente dos ataques terroristas de novembro de 2015 em Paris.
“Tudo leva a crer se tratar de um ataque terrorista”, disse o presidente Emmanuel Macron, sobre o primeiro atentado na França desde que chegou ao poder, em maio passado.
O ataque desta sexta-feira começou pela manhã na cidade medieval de Carcassonne, quando o atirador roubou um carro e executou o motorista com um tiro na cabeça. Ali, ele também abriu fogo contra um grupo de policiais, deixando um ferido, e depois dirigiu para Trèbes, onde se escondeu no supermercado e fez reféns.
“Um homem gritou e começou a atirar várias vezes”, contou um funcionário do supermercado a uma rádio francesa. “Eu vi uma porta aberta para uma área refrigerada e falei para as pessoas se esconderem lá. Nós éramos dez, e conseguimos fugir pela saída de emergência nos fundos.”
O cerco policial, iniciado por volta das 11h da manhã, só terminou às 15h da tarde, com a decisão de invadir o local. O sequestrador foi abatido pela polícia e, segundo as primeiras informações, duas pessoas foram mortas por ele e 16 ficaram feridas. Três pessoas estão em estado grave, o que pode elevar o número de vítimas.
Investigadores afirmam que o atirador – que segundo testemunhas levava uma granada, facas, além da arma de fogo – é um marroquino que era monitorado pelas autoridades, mas não demonstrava sinais de radicalização. Ele foi identificado como Redouane Lakdim, de 26 anos, e tinha histórico de pequenos delitos.
O procurador-geral da República da França, François Molins, afirmou que uma mulher, próxima do atirador, foi detida nesta sexta-feira. Detalhes sobre os motivos da detenção e sobre a detida não foram divulgados.
A França está sob alerta desde a série de atentados extremistas muçulmanos que deixou mais de 200 mortos no país em 2015 e 2016.
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