Ataque em Bruxelas "poderia ter sido muito mais grave"
21 de junho de 2017Autoridades belgas afirmaram que o homem que realizou uma tentativa frustrada de atentado na estação central de Bruxelas nesta terça-feira (20/06) tinha nacionalidade marroquina e portava uma mala com uma bomba que continha pregos e latas de gás.
Eric Van der Spyt, porta-voz da Procuradoria Geral em Bruxelas, informou inicialmente que o marroquino de 36 anos, alvejado por militares que patrulhavam a estação, não era conhecido das autoridades por ligações com o terrorismo. Mais tarde, procuradores afirmaram que ele é suspeito de apoiar o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI).
O homem, identificado apenas pelas iniciais O.Z., morava no distrito de Moleenbeek, região da capital belga que ganhou notoriedade após uma célula do EI ali baseada ser ligada a ataques terroristas em Bruxelas e Paris. A polícia encontrou materiais explosivos na residência de O.Z em buscas realizadas nesta quarta-feira.
A mala usada na estação central de Bruxelas nesta terça-feira chegou a explodir, mas não deixou mortos ou feridos. "Está claro que ele queria causar mais danos. A mala explodiu duas vezes, a segunda com mais violência, mas poderia ter sido muito pior", afirmou o porta-voz da Procuradoria.
O marroquino tentou atacar um militar no local enquanto gritava "Allahu Akbar" ("Deus é grande", em árabe), antes de ser alvejado.
Após se reunir com o Conselho de Segurança Nacional, o primeiro-ministro belga, Charles Michel, disse que foi evitado "um ataque que poderia ter sido muito mais grave".
Ele reforçou que seu país não se curvará perante as ameaças terroristas, que tornaram permanente a presença de militares armados nas ruas e espaços públicos em Bruxelas. "Não nos deixaremos intimidar", disse Michel. "Continuaremos a viver nossas vidas normalmente".
As autoridades belgas mantêm o alerta de ameaça terrorista no nível 3 numa escala de 4. Medidas adicionais de segurança foram adotadas nas estações de trem, no metrô e em eventos públicos, como no concerto da banda Coldplay em Bruxelas nesta quarta-feira.
A Bélgica se tornou um local de recrutamento de jihadistas para o "Estado Islâmico" na Síria e no Iraque. No dia 22 março de 2016, terroristas suicidas mataram 32 pessoas e ataques à uma estação de metrô e ao aeroporto internacional de Bruxelas.
RC/lusa/rtr