Ativistas unidos
18 de julho de 2009No próximo sábado (25/07), as pessoas politicamente interessadas de todo o mundo estão conclamadas a se unir em solidariedade pelo movimento de protesto no Irã. O convite, divulgado em Berlim, partiu de organizações pró-direitos humanos como Anistia Internacional, Repórteres Sem Fronteiras, PEN-Club e outras.
Os organizadores exigem o respeito aos direitos humanos, uma investigação pela ONU das violações graves e sistemáticas naquele país, a libertação de todos os presos políticos "não-violentos", a liberdade de imprensa e o fim da violência promovida pelo Estado iraniano.
Discurso inflamatório
Entre os que apoiam a iniciativa encontra-se a Prêmio Nobel da Paz iraniana Shirin Ebadi, advogada e ativista política. Ela classificou a investida do movimento reformista em seu país, após a "prece de sexta-feira" do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, como "um acontecimento histórico, não só para o Irã, como para todo o mundo islâmico".
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Após o sermão do influente Rafsanjani, centenas de milhares de iranianos foram às ruas. O primeiro protesto em massa em várias semanas também foi marcado por choques violentos com a polícia. Segundo testemunhas, houve numerosas prisões, e foi empregado gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
O prelado criticara abertamente o governo em Teerã, mencionando uma crise. "Nossa principal missão é reconquistar a confiança do povo", declarou Rafsanjani, considerado o arquirrival do presidente Mahmud Ahmadinejad.
Ele exigiu ainda a libertação das pessoas detidas durante a passeata contra a controvertida reeleição de Ahmadinejad, em 12 de junho último. "Precisamos nos tolerar mutuamente", apelou o ex-chefe de Estado de 75 anos de idade, que apoia o líder oposicionista Mir Hussein Mussavi.
Apelo de Merkel
Rafsanjani é presidente de dois dos mais poderosos grêmios da república islâmica. Ele encabeça tanto o Conselho dos Especialistas, que elege o líder religioso supremo do país, quanto o Conselho de Discernimento. Este age como mediador entre o governo, o Parlamento e o Conselho dos Guardiães, dominado pelo clero.
Também a chanceler federal alemã, Angela Merkel, dirigiu apelo aos governantes naquele país: "Pedimos aos que detêm o poder no Irã: deem às pessoas aquilo que é um direito humano, um direito civil: a possibilidade de expressar livremente sua opinião, de se manifestar pacificamente".
Segundo a premiê, 20 anos após a queda do Muro de Berlim, a Alemanha tem a missão de se colocar ao lado das pessoas que, em outras regiões do mundo, exigem liberdade. "Este é o legado daqueles que nos trouxeram a liberdade e a preservaram para nós", concluiu Merkel.
AV/dpa/afp/ap
Revisão: Alexandre Schossler