Atropelamento deliberado de gato por trem choca a França
28 de janeiro de 2023A morte de um gato doméstico em Paris, atropelado aparentemente de forma deliberada por um trem em frente a suas donas, tem causado uma onda de choque e comoção na França.
O ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, se pronunciou nesta sexta-feira (27/01), afirmando estar "particularmente chocado". Ele anunciou que destacaria 4 mil policiais e gendarmes em todo o país para coletar denúncias de maus-tratos e ajudar a prevenir atos de violência contra animais.
No dia 2 de janeiro, na estação de trens Montparnasse, em Paris, o gato chamado Neko foi atropelado por um trem de alta velocidade. Ele pertencia a uma mulher e sua filha de 15 anos, que viajariam de trem da capital francesa para a cidade de Bordeaux, no sul do país. O animal de estimação escapou de sua mala de transporte e se refugiou sob um trem, de acordo com a agência de notícias AFP.
Embora a operadora ferroviária nacional SNCF tenha sido informada da presença do gato sob o trem e sobre a solicitação de resgate, o trem partiu mesmo assim, atropelando o animal.
"O vimos cortado ao meio", disse a menina de 15 anos à fundação de proteção animal francesa 30 Millions d'Amis. "Eles nos disseram que não era problema deles, que era apenas um gato e que deveríamos tê-lo na coleira", acrescentou.
A companhia de trens, então, teria oferecido como compensação um bilhete gratuito para Bordeaux.
Que medidas serão tomadas
A 30 Millions d'Amis disse que apresentou uma queixa por "grave abuso e crueldade que levaram à morte de um animal".
O advogado da fundação, Xavier Bacquet, disse em entrevista à emissora BFMTV que permitir que o trem partisse foi "um ato deliberado", o que, segundo ele, "é criminalmente repreensível".
Se o caso for a tribunal, pode acarretar multa de até 75 mil euros (cerca de R$ 416 mil) e uma sentença de prisão de cinco anos para os culpados.
A SNCF expressou pesar pela morte de Neko, mas disse que os funcionários não foram autorizados a descer aos trilhos por causa do perigo de serem eletrocutados.
le (AFP, ots)