Aumentam indícios de que tunisiano seja autor de ataque
22 de dezembro de 2016Tudo indica que o tunisiano Anis Amri, suspeito do atentado de Berlim, dirigiu o caminhão que invadiu um mercado de Natal, matando 12 pessoas e deixando outras 56 feridas, afirmou nesta quinta-feira (22/12) a Procuradoria Federal da Alemanha, com base nas investigações.
Segundo a porta-voz da procuradoria, Frauke Köhler, as impressões digitais encontradas no caminhão, entre elas na porta do lado do motorista, indicam que Amri, de 24 anos, conduziu o veículo. Um mandado de prisão foi emitido para o tunisiano, que está foragido. Amri está sendo procurado em toda a Europa.
Antes da declaração da Procuradoria, o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, havia afirmado em entrevista coletiva a informação, divulgada inicialmente pela imprensa, de que haviam sido encontradas impressões digitais de Amri no veículo. O ministro acrescentou que há outros indícios de que Amri é "com grande probabilidade" o autor do ataque.
Uma carteira com os documentos de Amri foi encontrada pela polícia um dia após o ataque na cabine do caminhão. Segundo a emissora de televisão RBB, o suspeito teria perdido o celular durante a fuga.
De Maizière concedeu a entrevista coletiva ao lado da chanceler federal Angela Merkel e do ministro da Justiça, Heiko Maas. Os três elogiaram o profissionalismo dos investigadores.
"Nos últimos dias, fiquei muito orgulhosa da maneira sensata como as pessoas, a maioria das pessoas, reagiram a essa situação", afirmou Merkel, acrescentando que espera que o suspeito seja detido em breve.
Caça por suspeito
A Procuradoria Federal confirmou ainda que operações de busca pelo suspeito foram realizadas nesta quinta-feira nos estados de Berlim e da Renânia do Norte-Vestfália. Um ônibus na cidade de Heilbronn também foi revistado por policiais. Ninguém foi detido, afirmou a porta-voz.
As operações de busca ocorreram em três cidades: Emmerich, Dortmund e Berlim. Em Emmerich, a operação foi realizada no abrigo de refugiados onde Amri estava registrado. Em Dortmund, quatro pessoas foram detidas, segundo o jornal Bild, mas a procuradoria disse que as detenções não estão relacionadas ao atentado em Berlim. A emissora de televisão RBB noticiou que as operações na capital alemã aconteceram nos bairros de Prenzlauer Berg e Kreuzberg.
De acordo com a emissora RBB, Amri foi filmado por câmaras de observação de autoridades de segurança poucas horas após o ataque, às 3h49 (horário local) da terça-feira, entrando numa mesquita no bairro Moabit. A mesquita seria conhecida como local do "Estado Islâmico" em Berlim.
Uma operação de busca foi realizada no local nesta quinta-feira, disse a emissora. Amri teria ido à mesquita também nas madrugadas dos dias 14 e 15 de dezembro. A entrada da mesquita estaria sendo observada pelas autoridades.
Sobe número de feridos
De acordo com a prefeitura de Berlim, o número de feridos no ataque no mercado de Natal subiu para 56 após a verificação de todas as entradas em emergências de clínicas médicas da cidade. As autoridades informaram ainda que 12 feridos, em estado grave, continuam internados em hospitais da capital.
O governo da Itália confirmou nesta quinta-feira que a jovem italiana Fabrizia Di Lorenzo, de 31 anos, está entre os mortos do atentado. Ele era da região rural de Abruzzo, ao leste de Roma, e vivia desde 2013 em Berlim.
Fabrizia é a terceira vítima estrangeira do atentado. Além dela, foi confirmada a morte da israelense Dalia Elyakim, que estava visitando a capital alemã com o marido, Rami. Ele ficou gravemente ferido no ataque e continua hospitalizado, mas, segundo o portal de notícias ynet, não corre mais risco de morrer.
O outro estrangeiro que morreu na tragédia foi o motorista polonês cujo caminhão foi sequestrado para a execução do atentado. Ele foi encontrado morto a tiros na cabine do veículo, com marcas de facadas no corpo.
CN/dpa/dw/ots/rtr