Bayern e franceses reagem com decepção e resignação à "derrota" de Ribéry
14 de janeiro de 2014O meia Franck Ribéry, craque do Bayern de Munique e da seleção da França, ficou visivelmente desapontado com o terceiro lugar na votação para o melhor jogador do mundo de 2013. Ele deixou o local da cerimônia de premiação, em Zurique, pela porta dos fundos, sem dar declarações à imprensa.
Nesta terça-feira (14/01), à imprensa alemã, adotou um tom moderado, porém sem esconder o desapontamento. "O que mais eu poderia ter feito, além de ganhar tudo que era possível com o Bayern?", questionou o francês. "Se eu fui o segundo ou terceiro colocado, é indiferente. Não sou egoísta, e esse título não é o meu objetivo."
Apesar de muitos especialistas terem defendido seu nome como o melhor da temporada de 2013, o prêmio Bola de Ouro foi para a estrela do Real Madrid e da seleção portuguesa Cristiano Ronaldo. O terceiro lugar na premiação ficou muito aquém do que o próprio Ribéry esperava. O francês ficou atrás do argentino Lionel Messi, que passou boa parte da temporada fora dos gramados por causa de contusões.
O craque do Barcelona, incontestável vencedor nas quatro edições anteriores da Bola de Ouro da Fifa, não teve em 2013 o mesmo rendimento das temporadas passadas, enquanto Ribéry teve participação decisiva nas quatro conquistas de sua equipe: o Campeonato Alemão, a Copa da Alemanha, a Liga dos Campeões e o Mundial de Clubes.
Jupp Heynckes, seu ex-treinador no Bayern de Munique e vencedor da Bola de Ouro de melhor técnico do ano, saiu em defesa do francês: "Honestamente, devo dizer que estou decepcionado, assim como Franck. Mas ele vai continuar jogando bem. Franck gostaria de ter recebido o prêmio, mas logo vai superar isso tudo".
Seu colega de equipe Phillip Lahm – que foi escolhido para a seleção da Fifa juntamente com Ribéry e goleiro Manuel Neuer – disse ter votado nele. "Ele merecia ganhar", afirmou o defensor. "Mas eram três grandes jogadores concorrendo ao prêmio."
Gols valem mais do que títulos
Os critérios da votação da Fifa já vêm sido alvo de críticas há um bom tempo. Antes mesmo do anúncio do resultado o presidente do Bayern de Munique, Uli Hoeness, já havia falado em "safadeza" caso Ribéry não fosse escolhido o melhor do ano.
Depois da premiação, tanto Hoeness como o presidente de honra do Bayern, Franz Beckenbauer, não comentaram a escolha. Ambos haviam "exigido" o prêmio para Ribéry.
O francês Michel Platini, presidente da Uefa, também criticou escolha de Cristiano Ronaldo em detrimento de seu compatriota. O ex-jogador, três vezes vencedor do prêmio de melhor da Europa nos anos 80, afirmou que hoje em dia, para a premiação da Bola de Ouro, os gols valem mais do que os títulos conquistados.
"Ao longo de 50 anos, a Bola de Ouro levava em conta o sucesso nos gramados. Agora vale mais a capacidade geral do jogador, e isso é um problema", lamentou Platini, que disse estar muito decepcionado com a escolha.
Dirigentes do Bayern de Munique manifestaram terem orgulho do atacante francês. Karl-Heinz Rummenige, ex-jogador e atual presidente executivo do clube, ressaltou as conquistas de Ribéry. "Ele conquistou todos os principais campeonatos e torneios de 2013, tanto nacionais, como europeus e mundiais."
O ex-jogador do Bayern e da seleção alemã ressaltou que o terceiro lugar obtido pelo francês na votação da Fifa comprova seu talento e os títulos que ele celebrou.
O diretor esportivo do Bayern, Matthias Sammer, também foi diplomático ao elogiar o craque francês. "É uma eleição democrática. Isso temos de reconhecer, e temos de dar os parabéns. Mas, para nós, Franck é o melhor. Ele ganhou tudo, foi eleito o melhor jogador de futebol da Europa, deu tudo de si. Mas a decisão coube a outros."
Os finalistas à Bola de Ouro foram escolhidos de uma lista de 23 nomes apontados pela Fifa e especialistas da revista France Football. Treinadores e capitães de 209 seleções nacionais, além de jornalistas de diversos países, elegem os três melhores jogadores do mundo na temporada.
RC/dpa/sid