BC despede-se da era do marco alemão
13 de dezembro de 2001Ernst Welteke, presidiu a entrevista coletiva anual do Banco Central alemão nesta quinta-feira, em Frankfurt, considerando "histórica" a ocasião, já que ela foi a última da era do marco alemão. Para o próximo acontecimento histórico, a circulação do euro a partir de 1º de janeiro, faltam apenas três semanas e, até lá, mais de 4.500 funcionários do BC estarão tratando da distribuição da nova moeda. Enquanto a venda dos primeiros kits começará sexta-feira (14) na França, Irlanda e Holanda, e no sábado em mais seis países, os alemães terão que esperar até a próxima segunda-feira (17) para conhecer o dinheiro com que pagarão suas compras.
Moedas para todos
- O presidente do BC assegurou que não há motivo para pânico e que os kits no valor de pouco mais de 10 euros em moedas são apenas uma forma adicional da distribuição. Os bancos foram autorizados a vender também as moedas soltas no mesmo valor. O esclarecimento está relacionado ao temor de escassez. Os especialistas estão convencidos de que os 53,5 milhões de pacotinhos de euros destinados à Alemanha não bastarão para satisfazer a demanda e que haverá grandes filas nos bancos.O paradoxo
- "A situação não deixa de ser estranha, pois a maior parte dos alemães rechaça o euro mas, ao mesmo tempo, a maioria pretende pagar somente em euro a partir de janeiro", disse Welteke, constatando o paradoxo. Não obstante, o comércio aceitará marcos até 28 de fevereiro, quando a moeda alemã sairá de circulação.Ernst Welteke considera que o Banco Central Europeu (BCE) já comprovou sua eficácia, principalmente ao agir rapidamente após os atentados terroristas de 11 de setembro, cuidando para que não faltasse liqüidez e garantindo o funcionamento dos mercados financeiros. Uma reação tão rápida dos bancos centrais da Europa não teria sido possível sem uma instância como o BCE, que foi estruturado segundo o modelo do Banco Central alemão.
Pessimismo alemão
- Quanto à economia alemã, Welteke disse esperar um crescimento econômico de apenas 0,75% este ano e uma reativação em 2002. O que falta, segundo ele, é confiança na capacidade de recuperação e isso escaparia da alçada da política financeira ou monetária. "É preciso fortalecer as forças produtivas da economia e sua resistência frente a choques, através de reformas estruturais", frisou.