Beethoven: de revolucionário a ícone pop
Poucos compositores foram tantas vezes modelo para artistas plásticos quanto Beethoven. Desde retratos de contemporâneos seus até a pop art de Warhol, as inúmeras visões do músico testemunham uma popularidade universal.
Cabeleira carismática
Olhar sério, expressão ligeiramente severa, juba de leão: poucos compositores ostentam uma imagem tão popular como a do alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827). <br>No entanto, foram sobretudo os retratos do fim de vida que fixaram essa imagem de artista revolucionário, combativo e difícil. <br><br>
Conquistando Viena
Nesta miniatura de 1803, da autoria de Christian Hornemann, o jovem músico dá uma impressão enérgica, sublinhada pela ponta de um sorriso. Na época, Beethoven acabara de angariar o apoio de alguns dos mais influentes mecenas da nobreza vienense.
Visita ao príncipe
Até ambos se desentenderem, um dos primeiros benfeitores do compositor foi o príncipe Carl von Lichnowsky. Datado de 1900, o quadro "Beethoven toca na casa de Lichnowsky", de Julius Schmid, parece já antecipar a desavença entre o nobre e o voluntarioso artista.
Orgulho e autoconfiança
Em 1812, na cidade de Teplice, Boêmia (hoje República Tcheca), Beethoven se encontrou com Johann Wolfgang von Goethe. É lá que ocorreu o lendário e escandaloso "passeio": enquanto o autor se curvava respeitosamente diante de um príncipe, o compositor passou direto, de cabeça erguida. Pelo menos foi assim que Carl Rohling imaginou a revolucionária cena, seis décadas após a morte do músico.
Música e revolução
Beethoven não trilhou apenas caminhos musicais inéditos, mas também se deixou inflamar pelas ideias da Revolução Francesa. Nesta pintura de 1804, Willibrord Joseph Mähler o retratou portando uma lira diante do Templo de Apolo. Seu gesto peremptório parece indicar o desejo de inovação.
Marca registrada
Não há dúvida: Ludwig van Beethoven foi um dos artistas mais populares de seu tempo. Prova disso são os relativamente numerosos retratos que chegaram até nós. Um dos mais conhecidos é este de 1820, em que Joseph Karl Stieler o apresenta com a partitura da "Missa Solene" na mão.
Variante pop
Comparado a seus colegas pintores, Stieler retratou Beethoven de forma mais idealizada, não tanto realista. Mais tarde, o quadro a óleo serviria de modelo para gravuras, onde os contornos eram naturalmente enfatizados. E certamente não foi por acaso que o norte-americano Andy Warhol escolheu justamente esse retrato para suas manipulações no estilo da pop art.
Motivo de street art
Também em Bonn, cidade natal do artista, há uma série de variações do quadro de Stieler. Seja como escultura em pedra, diante da Beethovenhalle, seja como afresco, ou – bem próximo à casa onde nasceu e que hoje é um museu – como grafite no muro de uma residência.
Cada nota, uma luta
Só após a morte de Beethoven, em 1827, a posteridade ficou sabendo que a criação musical não era para ele uma tarefa simples. Relatos de contemporâneos que o vivenciaram no ato de compor influenciaram a imagem do maestro enredado na luta implacável e incondicional pela obra perfeita. Como neste quadro de Carl Schlösser, feito por volta de 1890.
Gênio e loucura
As geniais obras beethovenianas deixavam perplexos seus contemporâneos. Para as gerações subsequentes de compositores, por outro lado, elas se impuseram como modelo e parâmetro difícil de superar. Talvez por isso pareça quase demoníaca esta visão de Hermann Torggler, criada em 1902 a partir da máscara mortuária do compositor.
Ícone pop
Pouquíssimos compositores eruditos são tão conhecidos hoje no mundo inteiro como Ludwig van Beethoven – e não só graças à indefectível bagatela para piano "Para Elise"! A biografia do músico foi dramatizada várias vezes para o cinema, e até mesmo transformada em desenho animado (foto) e história em quadrinhos.