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Berlim: isenção de vistos para turcos "não está fechada"

28 de maio de 2016

Ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziére, rebate ameaças do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que pretende barrar acordo sobre refugiados com UE caso bloco não garanta isenção de vistos para turcos.

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Foto: Getty Images/C. McGrath

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maiziére, afirmou neste sábado (28/05) que a Alemanha não deve se "impressionar" pelas ameaças feitas na terça-feira pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, de barrar o acordo com a União Europeia sobre refugiados caso o bloco não garanta a isenção de vistos para cidadãos turcos.

"Se as condições para a introdução da liberalização dos vistos não forem cumpridas, não haverá liberalização de vistos", afirmou o ministro em entrevista publicada por jornais do grupo de mídia alemão Funke Mediengruppe neste sábado. "Em política, não se deve deixar impressionar por ameaças públicas. Ao menos não se deve dar muito crédito a eles, mostrando muita preocupação."

O ministro afirmou ainda que, após o acordo feito com Ancara e o fechamento da rota dos Bálcãs, caiu de forma significativa o número de refugiados em direção à Alemanha. No último outono europeu, de 5 mil a 6 mil migrantes atravessaram, por dia, da Turquia à Grécia. "Hoje são menos que cem por dia", disse.

O ministro da Justiça da Alemanha, Heiko Mass, também se manifestou neste sábado contra as ameaças de Erdogan. "Nós não vamos nos deixar ser chantageados. Erdogan pode clamar o quanto quiser", declarou ao jornal alemão Neue Osnabrücker.

A União Europeia chegou a um acordo recentemente com Ancara que visa conter o fluxo de migrantes que viajam pela Turquia em direção ao bloco que, em contrapartida, faria esforços para garantir o acesso à Europa de cidadãos turcos sem a necessidade de visto.

Mas, antes de garantir a isenção de vistos para cidadãos turcos no bloco, a Turquia precisa alterar a legislação antiterrorismo no país, que prevê a prisão de jornalistas, críticos do governo e a minoria curda na Turquia. Erdogan se recusa a revisar a lei, e o impasse coloca em risco o acordo.

Funcionários da UE e da Turquia deverão se reunir na próxima semana para tentar resolver as diferenças.

FC/dpa/epd