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Berlim nega negligência no caso de Murat Kurnaz

25 de agosto de 2006

Porta-voz do governo rechaça acusação do advogados do turco-alemão que passou quatro anos e meio internado em Guantánamo.

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Representante da Anistia Internacional (esq.) e advogados de Kurnaz em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25/08)Foto: AP
Guantanamo Pressekonferenz Bremer Taliban in Bremen
Representante da Anistia Internacional (esq.) e advogados de Kurnaz em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25/08)Foto: AP

O governo alemão negou toda e qualquer negligência no caso do turco-alemão Murat Kurnaz, que passsou quatro anos e meio na prisão militar norte-americana em Guantánamo e regressou na quinta-feira (24/08) à Alemanha.

Bernhard Docke, advogado de Kurnaz, acusou nesta sexta-feira em Bremen o governo anterior, formado por uma coalizão entre social-democratas e verdes, de não ter se empenhado pela libertação do rapaz. "Pior ainda – existe a suspeita de omissão no que diz respeito a uma ajuda concreta."

Thomas Steg, porta-voz do governo, acentuou que o atual governo interviu junto aos Estados Unidos para que o rapaz fosse solto. Em sua opinião, não haveria tampouco motivo para fazer acusações à coalizão de governo anterior. Ele não quer emitir nenhum parecer a esse repsito, acrescentou, mas também não vê nenhum motivo para se desculpar junto a Kurnaz por pretensas omissões.

A vice-líder da bancada do Partido de Esquerda no Bundestag, Petra Pau, exigiu um amplo esclarecimento da questão. Quer saber se autoridades alemãs estiveram envolvidas direta ou indiretamente na captura de Kurnaz no Paquistão, em novembro de 2001, de onde ele foi levado para Guantánamo.

Desde esta sexta-feira, Kurnaz está de novo na casa de seus pais, em Bremen. Segundo seus advogados, ele foi torturado em Guantánamo. O Ministério Público de sua cidade natal anunciou que reabrirá um processo contra o rapaz por suspeita de formação de uma organização criminosa, que tinha sido suspenso em virtude de sua ausência.

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