Biden reforça apoio dos Estados Unidos à Ucrânia
28 de janeiro de 2022O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reforçou o apoio americano à Ucrânia em meio ao acirramento das tensões com a Rússia, em conversa por telefone com o líder ucraniano, Volodimir Zelenski, nesta quinta-feira (27/01).
O americano reafirmou a "prontidão dos Estados Unidos, juntamente com seus aliados e parceiros, para reagir de maneira decisiva se a Rússia invadir a Ucrânia”, disse a Casa Branca, em nota.
Biden, segundo o comunicado, "avalia apoio macroeconômico adicional para ajudar a economia da Ucrânia, tendo em vista a pressão resultante do aumento da presença militar da Rússia”.
O presidente reagiu a críticas recebidas pela decisão de recomendar aos americanos em solo ucraniano que deixassem o país, ao assegurar que a embaixada dos EUA em Kiev continuará "aberta e em pleno funcionamento”.
A Rússia é acusada de estar por trás de uma insurgência de separatistas no leste da Ucrânia, que já matou mais de 13 mil pessoas desde 2014, mesmo ano em que Moscou anexou a Península da Crimeia, que era parte do território ucraniano.
A crise entre Moscou e Kiev se agravou nos últimos meses, após o Kremlin enviar milhares de soldados e equipamentos militares à fronteira com o país vizinho, gerando temores de uma invasão.
O americano expressou apoio às negociações entre representantes da Ucrânia e da Rússia, mediadas pela Alemanha e França, onde as partes envolvidas no conflito no leste ucraniano se comprometeram a implementar um cessar-fogo na região.
Em postagem no Twitter, Zelenski disse que ele Biden tiveram uma "longa conversa”, na qual discutiram "esforços diplomáticos” para o alívio das tensões, além de "ações conjuntas para o futuro”.
Ele agradeceu Biden pela assistência militar ao país, e disse que "possibilidades de apoio financeiro à Ucrânia também foram discutidas.”
Nord Stream 2
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, afirmou que o gasoduto Nord Stream 2, entre a Rússia e a Alemanha, não vai avançar se a Rússia invadir a Ucrânia.
"Quero ser muito claro: se a Rússia invadir a Ucrânia, de um jeito ou de outro, o Nord Stream 2 não vai avançar", afirmou. "Não vou entrar em detalhes. Vamos trabalhar com a Alemanha para assegurar que ele não avance", acrescentou, sem especificar se o governo alemão concordou com isso.
O controverso gasoduto foi construído com o intuito de dobrar a quantidade de gás natural fornecida pela Rússia diretamente para a Alemanha via Mar Báltico, ou seja, sem passar pela Ucrânia, tradicional país de trânsito e que costuma receber taxas por isso.
As obras foram concluídas em setembro do ano passado, mas o gasoduto ainda não começou a operar.
O projeto enfrentou resistência na União Europeia, por parte dos EUA e também da Ucrânia, sob o argumento de que irá elevar a dependência energética da Europa em relação à Rússia.
Price afirmou que, como ainda não há transporte de gás, os EUA e seus aliados têm poder de barganha sobre a Rússia.
rc (AFP, Reuters)