Biritados, fumantes e drogados
26 de junho de 2003O número de dependentes de nicotina, álcool e medicamentos vem tomando dimensões preocupantes na Alemanha. A metade dos participantes regulares de festas jovens já teve contato com drogas sintéticas como Ecstasy, LSD e anfetaminas.
No ano passado, foi registrada uma queda de 17,5% no número de vítimas fatais por consumo de drogas na Alemanha. Já em 2001 a redução havia sido de 10% em relação ao ano anterior. Para Marion Casper-Merck, encarregada de Berlim para a questão das drogas, as estatísticas confirmam a política antidrogas do governo. O número de mortes no ano de 2002 (1513 pessoas) foi praticamente o mesmo de 1990. Poucos anos depois, os números nas estatísticas atingiram seu auge.
A cada ano na Alemanha morrem 40 mil pessoas em conseqüência do consumo de álcool. Dos mais de 1,2 milhão de alcoólicos no país, cerca de 30% são mulheres. Neste contexto, está sendo desenvolvido um projeto modelo para conscientizar os jovens sobre os perigos da nova mania do "binge drinking" (ingestão compulsiva de álcool levando à embriaguez e/ou intoxicação).
Tabaco
- O número oficial de fumantes na Alemanha é de 16,7 milhões (20% da população), dos quais 110 mil morrem a cada ano em conseqüência direta do tabaco. Calcula-se que o país tenha mais de quatro milhões de dependentes de tabaco. Os jovens começam a fumar em média aos 13 anos de idade.Reagindo a isso, em abril, o governo alemão lançou uma campanha para reduzir a cota de fumantes entre os jovens de 12 a 17 anos dos atuais 28% para 20% em 2005. Para isso, já foi lançada uma página na internet, dirigida especialmente ao público jovem, chamada www.drugcom.de.
O governo federal discute no momento um programa antitabaco, a ser lançado ainda neste verão europeu, com que pretende conscientizar os alemães sobre as vantagens de uma sociedade de não fumantes. O plano de ação define as estratégias da política nacional de combate e prevenção de drogas para os próximos dez anos.
Nações Unidas
- O relatório do Conselho Internacional de Controle de Drogas das Nações Unidas (INCB) já havia confirmado as diretrizes de Berlim. O documento, divulgado em fevereiro, elogiou principalmente a atenção de Berlim com a prevenção da dependência de medicamentos, as pesquisas para o uso da maconha na medicina, o emprego de Ritalin para casos de Transtorno de Déficit de Atenção (ADs) e a cooperação no controle internacional de psicotrópicos.Em nível europeu, o consumo de drogas mantém-se estabilizado. Segundo um relatório da União Européia divulgado em outubro de 2002, a maconha continua sendo a droga ilegal mais consumida na comunidade de 15 países. O percentual da população que alguma vez na vida experimentou a droga varia de 10% na Finlândia até mais de 30% na Grã-Bretanha e Dinamarca. A Alemanha fica na média, com 20%.
Já para cocaína e Ecstasy, as cotas médias de pessoas na União Européia que alguma vez na vida já as experimentaram variam entre 0,5% e 3%. O número de vítimas fatais em conseqüência do consumo de drogas ilegais na comunidade varia de 7 a 8 mil ao ano.
Um programa considerado de bastante êxito na Alemanha, e também aplicado principalmente na Itália, Espanha e França, é o da distribuição controlada, sob orientação médica, de metadona a dependentes extremos.