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Bolsa com poeira lunar é arrematada por US$ 1,8 milhão

21 de julho de 2017

Objeto foi utilizado pelo astronauta Neil Armstrong durante a missão Apollo 11 para transportar materiais da superfície lunar. Em 2015, item foi colocado por engano em leilão público e comprado por menos de mil dólares.

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Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Drew

Uma bolsa com vestígios de poeira lunar e que foi utilizada pelo astronauta Neil Armstrong durante a missão Apollo 11 foi vendida, nesta quinta-feira (20/07), na casa de leilões Sotheby's, em Nova York, pelo preço de 1,8 milhão de dólares.

A bolsa, que data de 1969 e na qual consta o rótulo "Retorno de Amostra Lunar", foi examinada por cientistas da agência espacial americana Nasa, que confirmaram que a mesma foi utilizada para transportar mais de 500 gramas de materiais procedentes da superfície lunar com o fim de minimizar a contaminação das amostras.

O objeto foi adquirido por uma colecionadora – cujo nome ainda não foi divulgado – durante o leilão de uma extensa coleção de artefatos dos programas espaciais americanos e soviéticos, coincidindo com o aniversário da chegada do homem à Lua.

A bolsa, que tinha sido avaliada em até 2 milhões de dólares, pode ser a única amostra de material lunar que legalmente está em mãos privadas, já que a maior parte do equipamento utilizado na missão Apollo 11 está conservada na coleção nacional do Museu Smithsonian, em Washington.

Devido a um mal-entendido burocrático, a bolsa foi colocada por erro em um leilão público em fevereiro de 2015 e terminou nas mãos de uma advogada de Chicago, Nancy Lee Carlson, que adquiriu o objeto por 995 dólares.

Carlson enviou o pó cinza-escuro à Nasa, que verificou então sua autenticidade e confiscou o objeto como propriedade do governo, já que a posse particular de objetos lunares é proibida. A advogada, no entanto, entrou com uma ação em fevereiro deste ano e o juiz determinou que, por tê-la adquirido legalmente, ela tinha o direito de ficar com o objeto. O processo atraiu a atenção de potenciais compradores e Carlson decidiu leiloar a bolsa.

Houve críticas à decisão. "A bolsa pertence a um museu, para que o mundo inteiro possa compartilhar e celebrar a conquista humana que ela representa", disse Michelle Hanlon, cofundadora da For All Moonking, uma organização sem fins lucrativos formada para persuadir a ONU a adotar medias para preservar e proteger os seis locais de pouso das missões espaciais que levaram o nome Apollo.

Depois que os astronautas do Apolo 11 voltaram à Terra, objetos lunares que recolheram foram guardados pela Nasa, mas algumas amostras foram oferecidas como presentes a países e autoridades estrangeiras, e outras circulam no mercado negro.

PV/efe/rtr