Bolsas na China despencam mais de 30% em três semanas
8 de julho de 2015Apesar da intervenção de Pequim, os mercados de ações da China voltaram a cair nesta quarta-feira (08/07). O CSI300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzhen, caiu 6,8%, enquanto o Shanghai Composite Index recuou 5,9%. A queda constante levou mais de 500 empresas chinesas a anunciarem a suspensão das negociações de ações, elevando o total de suspensões para mais de 1.300.
Em menos de um mês, as bolsas chinesas caíram quase 30%, ocasionando uma perda de 3,2 trilhões de dólares em valores de mercado das empresas. Até então, o desempenho das bolsas chinesas era o melhor do mundo, com uma elevação de 150% desde meados de 2014. O movimento era impulsionado principalmente por pequenos investidores e começou depois de a imprensa estatal divulgar que as ações estavam desvalorizadas e era um bom negócio investir nelas.
A queda do mercado acionário na China tem causado preocupações nas bolsas mundiais. Para especialistas, o risco de a situação chinesa causar uma turbulência no mercado global e desestabilizar a economia real é muito maior do que a crise grega. "O efeito cascata da correção do mercado ainda não apareceu. Nós esperamos um crescimento mais lento, menos lucros para as empresas e um risco maior de uma crise financeira", afirmou o banco de investimentos Merrill Lynch, que pertence ao Bank of America.
A queda das ações na segunda maior economia do mundo também atingiu o mercado de commodities. O preço do minério de ferro, por exemplo, caiu somente nesta quarta-feira 7,9% e a atingiu o seu menor valor de compra, cerca de 56 dólares por tonelada. Essa matéria prima é um dos principais produtos de exportação do Brasil, e a China é um dos principais compradores.
CN/rtr/ap/afp/lusa