Bolsonaro anuncia extinção do Ministério do Trabalho
7 de novembro de 2018O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta quarta-feira (07/11) a extinção do Ministério do Trabalho, sem dar detalhes sobre o que acontecerá com as funções atribuídas à pasta. "O Ministério do Trabalho vai ser incorporado a algum ministério", afirmou Bolsonaro ao sair de um almoço no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Os boatos sobre o fim da pasta começaram a circular na terça-feira. Logo em seguida, sem maiores comentários, o ministério divulgou uma nota destacando a própria importância. O texto lembra que pasta foi criada há 88 anos "com o espírito revolucionário de harmonizar as relações entre capital e trabalho em favor do progresso" e ressalta que o futuro do trabalho precisa de um ambiente institucional adequado.
Quer receber as notícias da DW Brasil no Whatsapp? Clique aqui
"O Ministério do Trabalho, que recebeu profundas melhorias nos últimos meses, é seguramente capaz de coordenar as forças produtivas no melhor caminho a ser trilhado pela Nação Brasileira, na efetivação do comando constitucional de buscar o pleno emprego e a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros", finaliza o texto.
A pasta é responsável por políticas para geração de emprego e renda e modernização das relações de trabalho, além de fiscalizar postos de trabalho (com foco no trabalho escravo) e atuar na elaboração de políticas salariais e de desenvolvimento profissional. O seguro-desemprego, por exemplo, é uma atribuição do Ministério do Trabalho.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, entre as alternativas avaliadas pelo novo governo estaria fatiar as funções da pasta e associar, por exemplo, a área de emprego e renda a algum órgão ligado à Presidência da República. Já a gestão da política de trabalho iria para o novo ministério da Economia, e a concessão de benefícios sociais para órgãos relacionados a questões sociais.
A fusão de ministérios é uma das intenções do novo governo. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu reduzir a estrutura do governo de 29 para 15 ministérios, mas foi recuando de mudanças diante de críticas. Recentemente admitiu que pode manter 18 pastas.
O novo governo contará com um superministério da Economia, formado pela junção das pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio Exterior, que será comandado pelo economista Paulo Guedes; além de um superministério da Justiça, coordenado pelo juiz federal Sergio Moro.
Já a tentativa de fundir a Agricultura e o Meio Ambiente foi alvo de críticas, tanto de ambientalistas quanto do setor agropecuário, que teme retaliações nas exportações diante de possíveis retrocessos ambientais. Devido à reação negativa, Bolsonaro voltou atrás da decisão e disse que deve manter ambas as pastas.
O presidente eleito também recuou da tentativa de integrar a Controladoria-Geral da União (CGU), órgão de controle interno do governo e de prevenção e combate à corrupção, ao Ministério da Justiça, e disse que a pasta pode manter o atual status.
CN/ots
______________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
| WhatsApp | App | Instagram | Newsletter