Bolsonaro deve manter Acordo de Paris, diz Temer
1 de dezembro de 2018O presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira (30/11), em Buenos Aires, onde está para participar da cúpula do G20, que acredita que seu sucessor, Jair Bolsonaro, apoiará as questões climáticas e deve manter o país no Acordo de Paris, um esforço internacional conjunto para combater a elevação das temperaturas globais.
"Tenho convicção, a partir de conversas com o novo governo, que essas questões são levantadas e depois equacionadas. Não vejo nenhuma atitude do novo governo detrimentosa para o meio ambiente. Tenho impressão de que teses sobre meio ambiente terão apoio", destacou Temer a jornalistas.
Questionado sobre a declaração do presidente da França, Emmanuel Macron, que vinculou o apoio de seu governo ao tratado comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul ao cumprimento do Acordo de Paris, Temer disse que o tema não foi tratado na reunião do G20. "Não creio que haveria modificação da posição brasileira [no Acordo de Paris]", ressaltou, porém.
Na quinta-feira, Macron declarou que o tratado comercial entre UE e Mercosul depende da posição de Bolsonaro sobre o Acordo de Paris. Depois das declarações, Bolsonaro, afirmou que não assumirá compromissos ambientais que prejudiquem o agronegócio brasileiro. O presidente eleito já declarou também que pretende deixar o pacto climático, alegando que ele ameaça a soberania nacional.
Temer lamentou ainda o crescimento do desmatamento. "Veja que conseguimos reduzir o desmatamento em 2017, mas neste ano, no período eleitoral, houve aumento", disse.
O presidente discursou ainda nesta sexta-feira na plenária do G20. Em seu discurso, fez um apelo contra o protecionismo e isolacionismo. "A globalização é fonte de ansiedade para parcelas significativas de nossas populações", reconheceu.
Temer afirmou mudanças no mercado de trabalho e na sociedade causam mal-estar e geram a tentação de soluções que parecem simples, mas são ilusórias. "Pois há que resistir. Há que recusar as aparentes facilidades do protecionismo e isolacionismo", destacou.
CN/abr/ots
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