Bombeiros confirmam morte de menina em tragédia em Mariana
10 de novembro de 2015O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou nesta terça-feira (10/11) a morte da primeira criança devido ao rompimento de duas barragens da mineradora Samarco. O corpo de Emanuely Vitória Fernandes, de cinco anos, foi encontrado a 70 quilômetros de Mariana.
Emanuely estava com o pai, que tentava salvar os filhos da tragédia, quando foi levada pela enxurrada de lama que vazou das barragens. De acordo com autoridades, o número de mortos no desastre subiu para seis. Dois corpos ainda aguardam identificação.
Além de Emanuely, morreram também dois funcionários de empresas que prestavam serviço à Samarco e um homem que teve um mal súbito após o rompimento da barragem.
Outras 21 pessoas continuam desaparecidas, entre elas há quatro crianças. Entre os desaparecidos, 11 são funcionários que prestavam serviço à mineradora no momento do rompimento das barragens. Os outros são moradores da região atingida pelo mar de lama.
Investigações ambientais
A Justiça determinou nesta terça-feira que a Samarco e órgãos estaduais do Espírito Santo adotem medidas imediatas para garantir a obtenção de provas que visam identificar os danos ambientais causados pela tragédia.
Entre as medidas, a Justiça obrigou que a mineradora fornecesse um helicóptero para autoridades ambientais sobrevoarem a região capixaba da Bacia do Rio Doce. Além disso, a decisão determina que órgãos estaduais disponibilizem profissionais para monitorar o avanço do mar de lama, além de coletar amostras de água para a análise.
Em comunicado, a Samarco afirmou na segunda-feira que estava tomado todas as medidas possíveis para diminuir os impactos ambientais gerados com o avanço da enxurrada. "A coleta de amostras de água nos trechos afetados já foi iniciada e terá continuidade até a normalização da situação", disse.
A lama das barragens de contenção de rejeitos que romperam na quinta-feira em Minas Gerais chegou nesta terça-feira no Espírito Santo.
A Samarco é controlada em parceria pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton, que estão entre as maiores do mundo no setor. O rompimento das barragens liberou 62 milhões de metros cúbicos de lama, quantidade equivale a 24,8 mil piscinas olímpicas.
Em nota, a BHP Billiton disse na segunda-feira que ofereceu apoio para ajudar nas buscas e que o CEO da empresa, Andrew Mackenzie, irá a Mariana ainda nesta semana para "entender em primeira mão os impactos sofridos em decorrência do incidente, no âmbito humano, ambiental e operacional".
Tremores de terra
Um abalo sísmico de 2,1 graus na escala Richter foi registrado nesta terça-feira em Ouro Preto, e também foi sentido em Mariana. Durante a madrugada, o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB) também registrou outros dois tremores, de magnitudes 1,5 e 1,8, respectivamente, na região do distrito de Bento Rodrigues.
De acordo com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o tremor não atrapalhou o trabalho das equipes de busca e regaste em Bento Rodrigues.
Quatro tremores de terra foram registrados em áreas próximas a Mariana antes do rompimento da primeira barragem. Especialistas, no entanto, não acreditam que desastre tenha sido provocado por um fenômeno natural.
CN/abr/afp/rtr/ots