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Brasil, história de sucesso na redução do fumo

6 de abril de 2017

Estudo aponta que número de fumantes no país caiu mais do que a média mundial nos últimos 25 anos. Número de mortes relacionadas ao tabagismo no planeta já passa de 6 milhões por ano.

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Foto mostra mulher fumando e pacote de cigarro com os dizeres "fumar na gravidez prejudica o bebê"
Brasil aparece em pesquisa como um dos maiores sucessos na redução do número de fumantes entre 1990 e 2015Foto: Evaristo Sa/AFP/Getty Images

Um estudo divulgado nesta quinta-feira (06/04) aponta que o Brasil obteve um dos maiores sucessos na redução do número de fumantes entre 1990 e 2015. Neste período, a porcentagem de fumantes homens caiu de 29% para 12% e, entre as mulheres, de 19% para 8%.

De acordo com a pesquisa intitulada Impacto Global das Doenças, publicada na revista médica The Lancet, o Brasil é uma "história de sucesso digna de menção", num mundo onde o cigarro é responsável por uma em cada dez mortes.

Os pesquisadores apontaram que a porcentagem de fumantes no mundo caiu nos últimos 25 anos. Em 2015, um homem em cada quatro, e uma mulher em cada 20 fazia o uso diário do tabaco. Já em 1990, a proporção era de um homem a cada três, e uma mulher a cada 12.

Mas o número de mortes causadas pelo tabagismo aumentou 4,7% em 2015 – para mais de 6,4 milhões – devido ao aumento da população mundial. O número de fumantes diários também subiu, para mais de 930 milhões, em comparação com 870 milhões em 1990 – um salto de 7%.

Em 2015, metade das mortes foi registrada em apenas quatro países: China, Índia, EUA e Rússia. Estes países, juntamente com Indonésia, Bangladesh, Filipinas, Japão, Brasil e Alemanha, são responsáveis por dois terços do consumo mundial de tabaco.

Marketing agressivo

Na Rússia, onde as políticas contra o tabagismo não haviam sido introduzidas até 2014, houve um aumento de mais de 4% de fumantes mulheres.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que as companhias de tabaco visam de maneira agressiva novos mercados, em particular os países em desenvolvimento. Na África Subsaariana, por exemplo, o número de homens e mulheres fumantes poderá aumentar 50% até 2025 em comparação com 2010.

"A indústria moderna do tabaco se beneficia do trabalho escravo de crianças e jovens em países pobres que mantêm o vício ao longo de toda a vida, tirando suas vidas para obter o lucro", afirma John Britton, do Centro de Estudos de Tabaco e Álcool da Universidade de Notthingham, no Reino Unido. 

Britton afirmou ainda que as medidas globais destinadas a reduzir o tabagismo – como impostos mais altos, campanhas educacionais e advertências nos pacotes – focaram principalmente nos consumidores de tabaco, e não os fabricantes.

Especialistas em saúde estimam que metade dos fumantes diários terá uma morte prematura causada pelo hábito, a menos que eles parem de fazer uso do tabaco.

"O tabagismo continua sendo o segundo maior fator de risco de morte precoce e invalidez depois da hipertensão arterial", afirma uma das autoras do estudo, Emmanuela Gakidou, da Universidade de Washington, nos EUA.

FC/afp/lusa