Brasil recebe mais um lote de insumos da Coronavac
10 de fevereiro de 2021Um novo lote de insumos para a produção da vacina Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, chegou ao Brasil nesta quarta-feira (10/02).
Os 5.600 litros do chamado Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) vindos da China permitirão que o Butantan fabrique mais 8,7 milhões de doses do imunizante contra a covid-19.
O avião trazendo os insumos aterrissou no aeroporto internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde foi recebido pelo governador paulista, João Doria (PSDB), e outras autoridades. A aeronave havia partido de Pequim na terça-feira e fez escalas na Finlândia e em Portugal.
"Hoje no Brasil, praticamente a cada dez pessoas vacinadas, nove estão recebendo a vacina do Butantan. Com mais este lote, vamos permitir mais vacinação", destacou Doria, reforçando que os insumos possibilitarão a imunização de pessoas acima de 60 anos.
Este foi o segundo lote de insumos recebido neste ano. O primeiro foi na quarta-feira da semana passada, quando chegou ao Brasil um carregamento de 5.400 litros de IFA para a produção de 8,6 milhões de doses, que começarão a ser entregues no final de fevereiro.
Depois de envasados pelo Butantan, os imunizantes passam por inspeção de controle de qualidade antes de serem liberadas para o Sistema Único de Saúde (SUS).
Uma nova carga de 8.000 litros de IFA já foi solicitada à Sinovac. Até agora, o governo de São Paulo e o Butantan já entregaram 9,8 milhões de doses de vacinas ao Ministério da Saúde, responsável por distribuí-las aos estados.
O atual acordo entre o Butantan e o Ministério da Saúde prevê a entrega de 46 milhões de doses até o final de abril e outras 54 milhões de doses em prazo ainda a definir.
"Com o lote que chegou na semana passada, começamos no domingo a produção. Seiscentas mil vacinas estão sendo produzidas por dia, e agora não paramos mais até completar os 46 milhões, o que deve acontecer até abril", afirmou o diretor do Butantan, Dimas Covas.
Além dos insumos, o instituto também negocia com a Sinovac a liberação de 20 milhões de doses extras para garantir a vacinação de toda a população adulta do estado de São Paulo.
Disputa política
No Brasil, a Coronavac esteve no centro de uma disputa política entre Doria e o presidente Jair Bolsonaro. Enquanto o governo paulista fechava acordo com a Sinovac para a compra da vacina, o presidente por muito tempo criticou o imunizante e afirmou várias vezes que o governo federal não o compraria.
Quando São Paulo anunciou um plano estadual de vacinação independente do governo federal, em dezembro, Bolsonaro e seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mudaram de estratégia e passaram a correr atrás do imunizante.
Por falta de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford, aposta do governo federal, a vacinação no Brasil teve início com a Coronavac, em 17 de janeiro, mesmo dia em que a Anvisa aprovou o uso emergencial de ambos os imunizantes no país.
Na semana passada, a China autorizou o uso da Coronavac em toda a população chinesa. Indonésia e Turquia também estão usando o imunizante em suas campanhas de vacinação.
le/ek (ots)