Brasil tem quarto massacre do ano em presídio
29 de janeiro de 2018Um confronto na cadeia pública de Itapajé, no norte do Ceará, deixou ao menos dez detentos mortos nesta segunda-feira (29/01), marcando o quarto massacre em presídios brasileiros só neste ano. Segundo autoridades estaduais, as mortes ocorreram durante uma briga entre grupos rivais.
A delegacia de Itapajé informou que os presos entraram em conflito por volta das 8h30 (hora local), após integrantes de uma facção invadirem a área da outra. A briga, que ainda deixou oito feridos, envolveu os grupos Comando Vermelho e Guardiões do Estado, que disputam o controle do tráfico de drogas.
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Segundo a Secretaria da Justiça do Ceará, o controle da cadeia foi restabelecido no fim da manhã após intervenção de policiais militares e agentes penitenciários do Grupo de Operações Regionais.
A cadeia pública de Itapajé, localizada a cerca de 130 quilômetros de Fortaleza, tem capacidade para até 25 detentos, mas abrigava 113 presos, segundo o Sindicato dos Agentes e Servidores Públicos do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindasp-CE).
No momento do confronto, apenas um agente penitenciário estava de plantão no local, informou o jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o presidente do Sindasp-CE, Valdemiro Barbosa, o déficit de agentes no estado chega a 3.600.
Barbosa ainda comunicou que fugas foram registradas em três presídios cearenses somente nesta segunda-feira. Na cadeia pública de Senador Pompeu, no sertão do estado, dez presos conseguiram fugir durante a madrugada e ainda não foram recapturados. As outras fugas ocorreram nas cidades de Caridade e Cascavel.
Este é o quarto massacre registrado em prisões do Brasil em 2018, após outros três terem deixado nove mortos e 14 feridos no complexo prisional de Aparecida de Goiânia (GO), no início do mês.
O confronto ainda confirma a escalada da violência que marca o Ceará atualmente, agravada no sábado passado quando um grupo armado invadiu uma festa na periferia de Fortaleza, abriu fogo contra os presentes e deixou ao menos 14 mortos, na maior chacina na história do estado.
Segundo a imprensa local, o ataque estaria ligado à guerra entre Comando Vermelho e Guardiões do Estado, as mesmas facções criminosas envolvidos no conflito desta segunda-feira.
EK/abr/lusa/dpa/efe/ots
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