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Brasil vende mais frutas para Alemanha

Geraldo Hoffmann11 de fevereiro de 2005

Vendas para a Alemanha aumentaram 63% em 2004. Europa é principal mercado. Embaixada em Berlim divulga qualidade da fruticultura brasileira para consolidar marcas de excelência na Alemanha.

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Estande de bananas na feira Fruit LogísticaFoto: dpa

O Brasil, terceiro maior produtor de frutas do mundo, com uma produção de 38 milhões de toneladas em 2004, quer aumentar as exportações nesse setor. No ano passado, foram exportadas 850 mil toneladas de frutas frescas, no valor de 370 milhões de dólares, 10% mais do que em 2003 e 286% mais que em 1998.

Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), as exportações do setor devem crescer 20% neste ano, em relação a 2004. Nos últimos anos, as vendas concentraram-se no mercado europeu, que absorve 70% das exportações, seguido do Mercosul, com 11%.

Dados do Ibraf indicam que, em 2004, o volume de frutas frescas vendidas diretamente à Alemanha aumentou cerca de 63% em relação ao ano anterior. Principalmente a maçã, o melão, o abacaxi e a melancia foram responsáveis por esse aumento.

Qualidade inovadora

Implementando a política do governo Lula, de consolidar marcas de excelência do país no exterior, o setor de promoção comercial (Secom) da Embaixada do Brasil em Berlim e o Ibraf realizaram, nesta quinta-feira (10/02), um seminário sobre "Padrões de qualidade inovadores na fruticultura brasileira".

"O Brasil é hoje um fornecedor confiável de frutas de alta qualidade", garantiu o conselheiro Rodrigo de Carvalho, diretor do Secom, a 130 representantes do mercado importador alemão e da imprensa especializada. O seminário aconteceu no âmbito da feira Fruit Logística, que acontece de 10 a 12 de fevereiro em Berlim.

A qualidade da fruticultura brasileira vem melhorando continuamente nos últimos 25 anos, disse o diretor de marketing e ex-presidente do Ibraf, Jean Paul Gayap. "Já na década de 80, os produtores começaram a atender às exigências o mercado externo, com melhor embalagem e mais cuidado no transporte, bem como desenvolvendo variedades de frutas adaptadas ao gosto europeu", disse.

A partir da década de 90, continuou Gayap, os fruticultores perceberam que a confiabilidade no fornecimento (cumprimento do volume e do calendário proposto) é fundamental no comércio exterior. Além disso, passaram a usar a criatividade brasileira para conquistar nichos de mercado.

Locomotiva na Europa

Eröffnung Fruit Logistica - Künast
Maçã brasileira ocupa nicho de mercado na EuropaFoto: dpa

"Fomos o primeiro país do mundo a desenvolver uma variedade de maçã Gala colhida justamente quando terminam os produtos nacionais nos estoques europeus. O Brasil foi uma verdadeira locomotiva para criar na Europa um mercado de frutas tropicais, um mercado que até poucos anos atrás não existia. Hoje o país chega a embarcar três a quatro mil toneladas por semana só de manga para a UE", disse.

Além disso, segundo Gayap, o país desenvolveu nos últimos anos o mais moderno parque de produção de derivados das frutas da América do Sul. Um exemplo disso é a laranja. Cerca de 80% da produção de 6 milhões de toneladas da fruta em 2004 viraram suco, que rendeu ao Brasil mais de US$ 866 milhões. Fora a laranja, o Brasil também exportou 192 milhões de toneladas de outras frutas processadas no valor de 325 milhões de dólares em 2004.

Gayap rebateu críticas freqüentes no exterior, de que os fruticultores brasileiros ainda usam agrotóxicos em excesso. "Essa informação é ultrapassada. O Brasil começou a usar antes de qualquer exigência externa inimigos naturais para substituir os defensivos agrícolas químicos. A Embrapa foi pioneira mundial no desenvolvimento da produção integrada de frutas. Só não aderimos em massa à agricultura biológica por considerá-la fanática", disse.

Brasil em 500 feiras

Fornecer frutas e verduras frescas ao consumidor é a principal meta dos 1355 expositores de 64 nações, entre eles 21 do Brasil, que participam da Fruit Logística, em Berlim, até este sábado (12/01). Com o apoio do Secom, do Ibraf e da Apex – Agência de Promoção das Exportações, os expositores brasileiros têm na feira uma excelente plataforma para divulgar seus produtos e manter contato com os importadores europeus.

Os fruticultores brasileiros presentes na Fruit Logística seguem uma tendência verificada em todos os setores econômicos do país: a crescente participação em feiras internacionais. Segundo Rodrigo de Carvalho, atualmente o Brasil já participa de cerca de 500 feiras por ano em todo o mundo.

Na feira de Berlim, o Brasil é representando pela Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Limão (Abpel/SP), o agropolo Assu-Mossoró (RN), Agra (ES), Agrícola Fraiburgo (SC), Agropel (SC), Copa Fruit (PE), Fischer Fraiburgo Agrícola (SP), Gaia (ES), Global Fruit (BA), Indaiá Exotic (SP), Itacitrus Comércio de Frutas (SP), Itaueira Agropecuária (CE), Klabin (SP), Limex (SP), Nolem (CE), Pomifrai Fruticultura (SC), Rasip Agro Pastoril (RS), Renar Maçãs (SC), Secchi Agrícola (PE), South Brazilian Fruit – Sebrae/RS e Sebrae/RN.