Cambridge Analytica anuncia fim das atividades
2 de maio de 2018A consultoria britânica Cambridge Analytica, centro do escândalo do uso indevido de dados de milhões de usuários do Facebook, anunciou nesta quarta-feira (02/05) o fim "imediato" de todas suas atividades. A empresa é acusada de acessar informações de 87 milhões de usuários da rede social no desenvolvimento de técnicas que beneficiaram a campanha eleitoral de Donald Trump em 2016.
Em comunicado, a consultoria afirmou que está sendo alvo de "acusações infundadas" e destacou que está sendo "difamada por atividades que não só são legais, mas também amplamente aceitas como um componente padrão da publicidade online, tanto na área política como na comercial".
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A empresa afirmou ainda que não é mais possível continuar operando os negócios. "O cerco da cobertura da imprensa afastou praticamente todos os clientes e fornecedores da companhia", destacou.
Tanto a Cambridge Analytica como sua matriz, a SCL Elections, iniciaram os procedimentos para declarar-se insolventes no Reino Unido, segundo informa a nota, e a primeira também pretende começar um processo legal similar nos Estados Unidos.
Contratada pela campanha eleitoral de Trump, a Cambridge Analytica nega ter usado ilegalmente os dados dos usuários da rede social. Recentemente, o Facebook admitiu que a consultoria teve acesso a informações de 87 milhões de perfis. O vazamento teria ocorrido em 2014.
A Cambridge Analytica foi criada em 2013, com foco em eleições americanas, e se estabeleceu no mercado como uma fornecedora de pesquisas, publicidade direcionada e serviços relacionados a dados oferecidos aos setores empresarial e político.
Em 17 março, o escândalo do uso indevido de dados veio à tona. Em reação, a Cambridge Analytica suspendeu seu presidente-executivo, Alexander Nix, enquanto aguarda uma investigação independente sobre o caso.
O escândalo transformou o Facebook em alvo de investigações de autoridades reguladoras e promotores públicos dos Estados Unidos. Políticos da Europa e dos EUA convocaram ainda o fundador da rede social, Mark Zuckerberg, a se explicar.
CN/rtr/afp/efe/ap
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