Camille Claudel ganha museu na França
Escultora francesa era uma grande artista, mas viveu à sombra de seu mestre e amante Auguste Rodin. Agora, ela finalmente ganhou um museu próprio, perto de Paris.
Talento desde jovem
Camille Claudel fez suas primeiras esculturas aos 12 anos de idade. Na época, ela se mudou com os pais para Nogent-sur-Seine. Seu pai a apresentou ao escultor Alfred Boucher, que logo notou o talento da garota e a incentivou. Ele foi seu primeiro professor, e depois a apresentou a Rodin, que a incluiu em seu grupo de alunos.
"Shakuntala" ou "O Abandono", de 1905
Claudel se tornou musa e amante de Rodin. Um dos temas preferidos do escultor eram casais se abraçando. Este tema também foi amplamente trabalhado por Camille Claudel, que acabou encontrando um estilo próprio.
"As fofoqueiras", de 1897
Apesar de seu talento, Claudel nunca recebeu encomendas do setor público. Ela era considerada apenas "a aluna de Rodin", mesmo que tenha iniciado um caminho completamente novo nesta modalidade de arte, com a obra "As fofoqueiras". Após separar-se de Rodin, Camille Claudel desenvolveu a paranoia de que ele queria espionar seus trabalhos.
Museu
Após sua morte, em 1943, Claudel foi esquecida. Nos últimos anos, no entanto, a casa da família (à esquerda na foto) em Nogent-sur-Seine foi ampliada para ser transformada em museu da artista. O arquiteto Adelfo Scaranello integrou com sensibilidade o novo espaço no ambiente já existente. A área de exposições, de 1.283 m2, foi inaugurada no último dia 26 de março.
À sombra do mestre
"Ela sempre foi vista apenas como aluna de Rodin", diz Cécile Bertran, curadora do novo museu. "Claro que havia uma grande proximidade artística com Rodin. Eles tinham muito em comum, mas Rodin ficou famoso antes."
Passeio pelo século 19
As obras expostas no museu enfocam a arte no século 19. O passeio pelo acervo termina com as esculturas de Camille Claudel.
Auge na França
O auge da escultura francesa ocorreu no século 19. O museu mostra a evolução da arte como manifestação de livre expressão. Rodin introduziu o experimental na arte da escultura.
"Joana d'Arc", de Paul Dubois
Uma réplica em gesso da escultura "Joana D'Arc", de Paul Dubois, pode ser vista no novo museu, que fica a cerca de 120 quilômetros de Paris. A obra foi encomendada para ser colocada diante da basílica de Reims. A estátua mostra a heroína nacional em seu cavalo.
Esculturas de Joseph-Marius Ramus
O museu expõe as obras de quatro gerações de grandes escultores. Um deles é Joseph Marius Ramus, autor das obras da foto, que se mudou para Nogent-sur-Seine em 1845.
Medo de cópias
Encerrando o passeio pelo museu Camille Claudel, na última sala o visitante encontra os trabalhos da escultora. Ela mesma destruiu muitas de suas obras porque temia que Rodin as copiasse. O museu mostra 44 trabalhos dela, que permitem ao visitante uma boa referência sobre o trabalho da artista.