Campeão mundial derrota campeão europeu
17 de junho de 2005Com três golaços, dois do "quarteto mágico", o Brasil desencantou a Grécia, campeã da Eucopa 2004, no jogo de estréia pelo grupo B da Copa das Confederações, nesta quinta-feira (16/06), em Leipzig. Os 44 mil torcedores no Zentrastadion viram um jogo com brilho técnico do atual campeão da América do Sul e do Mundo. No final, a partida parecia um treino para a seleção canarinho.
"A vitória brasileira foi justa. Para ganhar de um time como esse, nós temos que jogar 110%, mas não passamos dos 80%", admitiu o técnico da Grécia, o alemão Otto Rehhagel. "O importante foi iniciar o torneio com uma vitória", disse o técnico brasileiro, Carlos Alberto Parreira. "Jogamos bem melhor do que nas últimas partidas", disse Robinho, que foi eleito melhor jogador em campo.
O resultado de 3 a 0 sobre a Grécia significou uma reabilitação para o Brasil (depois da derrota de 3 a 1 para a Argentina nas Eliminatórias) e firmou o esquema tático de Parreira, com Ronaldinho, Kaká, Robinho e Adriano no ataque. O chamado "quarteto mágico" funcionou e marcou dois dos três gols (Adriano e Robinho). O Brasil igualou em três pontos no grupo B com México, que nesta quinta venceu por 2 a 1 o Japão treinado por Zico.
O jogo
O Brasil pressionou a Grécia desde os primeiros minutos, mas como ocorrera com outras seleções na Eurocopa 2004, não conseguia contornar a muralha da retranca grega. Os campeões europeus comandados pelo técnico alemão Otto Rehhagel tentavam sua sorte nos contra-ataques. Com bom toque de bola, porém, o Brasil ameaçava mais o adversário.
Os primeiros lances de perigo para a meta do goleiro Nikopolidis partiram dos pés de Robinho, que arriscou chutes de longe, aos 16 e 18 minutos da primeira etapa. Depois disso, o helenos quase neutralizaram os canarinhos e até tentaram armar algumas jogadas de ataque, com cruzamentos para a área – o forte do time. Mas a defesa "alemã" do Brasil – Lúcio, Roque Júnior (capitão) e Zé Roberto – estava bem posicionada. Somente aos 30min, Kirjakos pôde cabecear com perigo para o gol de Dida.
Depois de meia hora de jogo, o Brasil acelerou o ritmo e assumiu definitivamente o domínio de campo, insistindo nos tiros de longa distância como remédio contra a experiente defesa grega. Foi assim aos 32min, quando Robinho bateu para fora, e aos 35min, quando Kaká chutou forte e Nikopolidis colocou para escanteio.
Aos 41 minutos, esta estratégia vingou: Kaká lançou Adriano, que driblou Kirjakos e, da intermediária, mandou uma bomba com o pé esquerdo, sem chances para o goleiro grego. Pouco antes do intervalo, a Grécia quase ainda empatou, quando Charisteas aproveitou de primeira um cruzamento de Seitarides pela direita e a bola tocou na rede pelo lado de fora.
Rahhagel trouxe dois reforços – Papadopoulos e Vyntra – para a segunda etapa, o que não impressionou a seleção de Parreira, que voltou inspirada da pausa. A 1min do segundo tempo, Gilberto, do Hertha Berlim, fez bela jogada pela esquerda, cruzou rasteiro na área e encontrou Robinho que só teve o trabalho de tocar para o fundo das redes, ampliando o marcador para 2 a 0.
Às essas alturas, os gregos estavam visivelmente chocados com a superioridade brasileira. A vantagem no placar trouxe mais tranqüilidade ao Brasil, que envolveu o adversário, enquantoa a torcida brasileira fazia a festa no estádio.
Aos 25min, dando continuidade aos testes na equipe que deverá ir à Copa 2006, Parreira substituiu Ronaldinho e Adriano, por Renato e Ricardo Oliveira. Pouco depois, trouxe Juninho Pernambucano para o lugar de Kaká, num sinal de que queria poupar jogadores para os próximos jogos.
Nos últimos 20 minutos de jogo, a Grécia simplesmente se entregou à sina de não poder superar o campeão mundial. A seleção brasileira passou a jogar em ritmo de treino e, aos 36min, Juninho ainda ampliou o resultado para 3 a 0, numa cobrança de falta perfeita da entrada da área, selando a vitória tranqüila do Brasil em sua estréia na Copa da Confederações.
As equipes do grupo B voltam a jogar no domingo, quando a Grécia enfrenta o Japão, em Frankfurt, e o Brasil joga contra o México em Hannover.
BRASIL 3 x 0 GRÉCIA
Brasil
Dida; Cicinho, Lúcio,; Emerson, Zé Roberto; Kaká (Juninho), Ronaldinho Gaúcho (Renato), Robinho, Adriano (Ricardo Oliveira)
Técnico: Carlos Alberto Parreira
Grécia
Nikopolidis; Katsouranis, Seitaridis (Vyntra), Kirjakos, Goumas; Bassinas, Zagorakis, Karagounis, Giannakopoulos; Vryzas (Papadopoulos), Charisteas
Técnico: Otto Rehhagel
Data: 16/06/2005
Local: Zentralstadion em Leipzig
Árbitro: Lubos Michel (Eslováquia)
Público: 42.506
Cartões amarelos: Gilberto (B) e Kirjakos (G)
Gols: Adriano (B), aos 41min do 1T , Robinho (B), a 1min do ST; Juninho (B), aos 36min do 2T