Candidato a chanceler tem que se explicar em CPI
16 de maio de 2002O governador da Baviera e presidente da União Social-Cristã (CSU), Edmund Stoiber, será interrogado no dia 4 de julho pela Comissão Parlamentar de Inquérito. Ele e o advogado Max Strauss foram acusados pelo lobista da indústria de armas, Karlheinz Schreiber, de conivência na doação ilegal à CSU, no valor de 2,66 milhões de euros.
A CPI votou a favor da citação em uma reunião interna, nesta quinta-feira (16), com o apoio dos partidos governistas social-democrata (SPD) e Verde, apesar dos protestos da CSU, União Democrata-Cristã (CDU) e do Partido Liberal Democrático (FDP), que consideram a acusação do lobista infundada devido a falta de provas.
Em depoimento prestado na última terça-feira (14), em Toronto, Canadá, Schreiber garantiu que Stoiber tinha conhecimento da entrada não oficial de dinheiro e mesmo assim não tomou qualquer providência. Bastante convincente, ele disse que não podia apresentar provas, uma vez que não existe recibo para uma transação ilegal.
Desespero -
Stoiber considerou a citação da CPI "um reflexo do desespero" dos social-democratas, atualmente na liderança do governo alemão, frente a queda nas pesquisas de intenção de voto.O candidato da CDU/CSU classificou o depoimento do lobista Schreiber como irreal e extremamente contraditório. "Muitos cidadãos não entendem como o atual governo pode dar ouvidos a uma pessoa com tanto descrédito", desabafou Stoiber.
Após o depoimento de Edmund Stoiber e Max Strauss, a CPI pretende concluir a investigação e apresentar o relatório final no dia 6 de junho, para que o assunto possa ser debatido pelo Parlamento alemão antes do recesso de verão.