Catar diz que exigências são irrealistas e inadmissíveis
4 de julho de 2017O ministro do Exterior do Catar, xeque Mohammed ben Abderrahmane al-Thani, disse nesta terça-feira (04/07) que a lista de exigências apresentada pelo grupo de países árabes que cortou relações com Doha no início de junho é irrealista e inadmissível.
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Em 5 de junho, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Bahrein cortaram relações diplomáticas com o Catar, que acusam de apoiar o terrorismo, dando início à mais grave crise regional em décadas. Posteriormente, numa lista de 13 pontos – apresentada ao Catar pelo Kuwait, que está mediando a crise – os países exigiram o fechamento da emissora de televisão Al Jazeera, de uma base militar da Turquia no Catar e a redução das relações diplomáticas com o Irã.
Ainda como condição para solucionar o impasse, os quatro países exigiram que Doha corte quaisquer contatos com a Irmandade Muçulmana e grupos como o Hisbolá, a Al Qaeda e o "Estado Islâmico". O prazo inicial de dez dias para o Catar atender às exigências encerrou-se no domingo, mas foi ampliado em mais 48 horas.
As autoridades de Doha rejeitaram as acusações de apoio ao terrorismo. "Isso [a lista de exigências] não tem que ver com terrorismo, mas com acabar com a liberdade de expressão", afirmou o ministro do Exterior, em entrevista ao lado do seu colega alemão, Sigmar Gabriel, em Doha.
Nesta segunda-feira, o Catar entregou ao Kuwait a resposta oficial à lista de exigências, documento que será avaliado pelos quatro países árabes nesta quarta-feira, durante uma reunião no Cairo. O conteúdo da resposta não foi divulgado.
Em Doha, o ministro do Exterior do Catar sublinhou que a crise deve ser resolvida pelo diálogo, dentro de um enquadramento claro e segundo princípios de não ingerência e de respeito à soberania dos Estados. "O Catar rejeita a tutela de qualquer Estado", frisou Mohammed ben Abderrahmane Al-Thani, ao lado de Gabriel.
O ministro alemão realiza uma viagem à região do Golfo Pérsico que está centrada nessa recente crise diplomática. O périplo regional também incluiu a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
AS/lusa/afp