Centenas de cristãos fogem de avanço do EI na Síria
8 de agosto de 2015Ativistas dos direitos humanos emitem um apelo em massa, chamando a atenção para o destino de centenas de famílias cristãs em fuga dos milicianos do grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) no centro da Síria. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou neste sábado (08/08) que os jihadistas ganharam terreno na região, tendo tomado do Exército nacional as cidades de Moheen e Houreen.
Segundo o presidente da Rede Cristã Assíria pelos Direitos Humanos na Síria, Osama Edward, a próxima cidade que está em perigo é Sadad. Seus 5 mil habitantes estão fugindo em direção às áreas controladas pelo governo, na província central de Homs e na capital, Damasco.
O EI é notório pelas atrocidades em massa contra minorias muçulmanas não sunitas na Síria e no Iraque, onde ele domina um território vasto. "As pessoas vivem com medo nessa área", conta Edward. Muitos cristãos na zona de Sadad temem o que aconteceu com a etnia yazídi no Iraque e com outros cristãos, que foram colocados pelos fundamentalistas diante de três opções: fugir, converter-se ao islamismo ou serem mortos.
Ei resiste
Há exatamente um ano, a violência perpetrada pelo EI motivou os Estados Unidos a lançar ataques aéreos contra os jihadistas. Contudo, depois de 6 mil operações da aliança sob liderança americana contra os militantes na Síria e no Iraque, o grupo permanece na ofensiva – apesar de algumas vitórias das milícias curdas e soldados iraquianos.
Ainda assim, a campanha aérea anti-EI não dá sinais de arrefecer. A força-tarefa internacional registrou nesta sexta-feira 19 investidas, concentradas na cidade de Hasaka, onde destruiu nove postos, três abrigos aéreos, um arsenal de armas e outros alvos dos jihadistas.
Segundo as Forças Armadas americanas, foram igualmente atingidas "unidades táticas" próximas a Aleppo, Raqqa e Deir al-Zor. Em oito cidades iraquianas também se registraram ataques aéreos semelhantes.
Iniciada em março de 2011, a guerra civil da Síria já acarretou mais de 250 mil mortos e 1 milhão de feridos. Milhões buscaram refúgio nos países vizinhos. Somente a Turquia acolheu quase 2 milhões de refugiados.
AV/ap/rtr/dpa