Centro atua no combate à imigração ilegal
19 de julho de 2006Foi apresentado à imprensa nesta segunda-feira, em Berlim, o novo Centro Integrado de Análise e Estratégia de Imigração Ilegal (GASIM), que reúne 36 especialistas e funcionários de diversos organismos estatais, entre eles o Ministério das Relações Exteriores, a Polícia Federal e o Departamento Federal de Investigações.
O GASIM abriu suas portas em maio, em meio à avalanche de pedidos de vistos para ingressar na Alemanha, por conta da Copa do Mundo de Futebol. As solicitações, claro, não se limitaram ao período de 9 de junho a 9 de julho, em que aconteceram as partidas.
A imigração ilegal representa um grande desafio para a Alemanha e as cifras sobre o volume de pessoas que entram clandestinamente no país também não são concretas. "Às vezes, eu tenho a impressão de que os grupos clandestinos organizados estão mais bem organizados do que as instituições nacionais de segurança e a Polícia", ironiza August Henning, subsecretário federal do Interior, que vê no centro uma maneira de enfrentar conjunta e integralmente o problema.
Segundo Gabriele Hermani, assessora de imprensa do ministério do Interior, em 2005, quase 3 mil pessoas foram detidas com documentos ilegais dentro do país ou nos controles dos aeroportos. O número parece insignificante frente a uma população de 80 milhões de habitantes e uma quantidade inestimada de estrangeiros que ultrapassam a fronteira para a Europa pelo Mar Mediterrâneo, mas preocupa as autoridades porque o número real de imigrantes ilegais é desconhecido.
Melhor trânsito de informações com as representações diplomáticas
O Departamento de Criminologia estima que 30 mil indivíduos entrem ilegalmente no país todos os anos. A prostituição é uma das primeiras redes que se planeja desbaratar. "A imigração ilegal e as redes criminosas que a sustentam são um desafio central. A Alemanha se vê prejudicada de maneira considerável por esta atividade que se vale, sobretudo, da 'fronteira verde'", explica Henning.
A cooperação entre as entidades participantes do projeto se dará também no sentido de apontar irregularidades na concessão de vistos, uma vez que as representações consulares alemãs terão uma rede de comunicação interna com o centro. O novo organismo funcionará como uma espécie de "segunda polícia", contra a atividade de falsificadores, traficantes e rede de contrabandistas.