Centro-direita toma o poder dos socialistas em Portugal
18 de março de 2002Com uma vitória dos partidos de centro-direita nas eleições parlamentares antecipadas de domingo (17), Portugal está diante de uma mudança no poder, depois de seis anos de governo socialista. O Partido Social-Democrata (PSD), liberal conservador, ganhou 40,1% dos votos e saiu das urnas como a força política mais forte. O secretário-geral do partido e futuro primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso, de 45 anos, deverá ser encarregado pelo presidente Jorge Sampaio para formar o novo gabinete, depois da Semana Santa.
Como não conquistou a maioria absoluta no Parlamento, o PSD tem duas opções: fazer uma coalizão com o CDS-PP, partido popular conservador de direita, ou formar um governo de minoria. O CDS-PP terá 14 deputados no novo Parlamento, um a menos dos que elegeu no pleito de três anos atrás.
Em sua primeira entrevista coletiva depois da eleição, o grande vitorioso Durão Barroso destacou que "Portugal começou hoje uma nova era", mas se recusou a dizer como será a sua coalizão de governo. "O mais importante é que Portugal conseguiu um governo que garantirá a estabilidade no país nos próximos 4 anos", esquivou-se o ex-ministro das Relações Exteriores. O seu provável parceiro de coalizão, Paulo Portas, do CDS-PP, disse que a iniciativa de uma aliança tem de partir de Durão Barroso.
Os socialistas que governam Portugal desde 1995 e a aliança dos comunistas com os verdes sofreram grandes perdas na eleição do novo Parlamento em Lisboa. O PSD, ao contrário, conquistou 40,1% dos votos, percentual bem acima dos 32,3% que obteve na última eleição em 1999. O Partido Socialista conseguiu apenas 37,9% dos votos no domingo, contra os 44,1% que havia conquistado na eleição anterior. A derrota só não foi ainda maior por causa do seu novo candidato a primeiro-ministro, Eduardo Ferro Rodrigues.
As eleições para o novo Parlamento foram antecipadas em conseqüência do pedido de renúncia do primeiro-ministro e presidente do Partido Socialista, Antônio Guterres, porque a sua legenda perdeu as eleições para prefeito, em dezembro de 2001. Com 62,3% dos eleitores, a participação no pleito foi relativamente baixa, mas o voto não é obrigatório em Portugal.