Caça a nazistas
27 de novembro de 2007O Centro Simon Wiesenthal, de Viena, vai expandir à América Latina o seu programa Última Chance, que recompensa informações que contribuam para encontrar e punir criminosos nazistas. Criado há cinco anos, o programa está sendo desenvolvido em 20 países e contribuiu para a localização de 488 suspeitos, 99 dos quais foram denunciados às promotorias públicas em seus países.
Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, centenas de nazistas fugiram para a América Latina, onde receberam a proteção de governos de direita. Pesquisadores acreditam que pelo menos 150 deles teriam se refugiado na Argentina.
Primeiro Argentina, depois Brasil
Dois exemplos clássicos são o organizador do genocídio contra os judeus Adolf Eichmann, preso em 1960 na Argentina e julgado em Israel, onde foi executado. Outro caso é o do "anjo da morte", o médico Josef Mengele, que após residir na Argentina e no Paraguai morreu no Brasil em 1979.
Segundo o diretor do Centro Simon Wiesenthal, Efraim Zuroff, a última fase do programa de caça a criminosos nazistas começará na Argentina e depois se expandirá para o Brasil, o Chile e o Uruguai. "Suspeitamos que haja dúzias, se não centenas de criminosos nazistas na América do Sul", disse Zuroff.
Dicas sobre "Dr. Morte" podem valer 310 mil euros
O peculiar neste programa é que ele recompensa informações que levem à localização e punição de criminosos nazistas. Na Europa, estas informações podem valer até 6.600 euros.
Com a extensão da busca à América do Sul, Zuroff espera localizar Aribert Heim, médico de um campo de concentração, também conhecido como "Doutor Morte". Pistas neste sentido valem até 310 mil euros. O Centro Simon Wiesenthal dispõe de informações segundo as quais ele estaria na América do Sul.
Heim encabeça a lista mundial dos criminosos nazistas desaparecidos. Ele é acusado de ter morto centenas de prisioneiros no campo de concentração de Mauthausen, na Áustria, com injeções no coração ou cirurgias sem anestesia.
Após a guerra, o médico austríaco, nascido em 1914 e considerado extremamente cruel, trabalhou como ginecologista em Baden Baden, no sul da Alemanha. Ele está desaparecido desde 1962. (rw)