Chefe de espionagem nega vazamento de dossiê sobre Trump
12 de janeiro de 2017O diretor da Inteligência Nacional dos Estados Unidos (DNI, na sigla em inglês), James Clapper, expressou nesta quarta-feira (11/01) "profunda consternação" ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre o vazamento de um dossiê com denúncias não comprovadas de que a Rússia teria informações comprometedoras sobre Trump.
Na semana passada, autoridades americanas de inteligência apresentaram o dossiê a Trump e ao atual presidente, Barack Obama, em meio a especulações sobre uma suposta interferência russa nas eleições presidenciais americanas. A sinopse de duas páginas trazia alegações potencialmente embaraçosas sobre o envolvimento do presidente eleito com a Rússia.
Em comunicado, Clapper disse que conversou com Trump na noite desta quarta-feira para "discutir recentes relatos na imprensa sobre nossa reunião na última sexta-feira". "Expressei minha profunda consternação com os vazamentos que vem aparecendo na imprensa, e ambos concordamos que estes são extremamente danosos e prejudiciais à segurança nacional", afirmou.
Após os vazamentos, Trump negou o conteúdo do dossiê e fez graves críticas às agências de inteligência americanas, acusando-as pelo vazamento. Clapper, porém, negou que essas informações tenham vindo de dentro da Comunidade de Inteligência americana (IC).
"Enfatizei que esse documento não é produto da Comunidade de Inteligência dos EUA, e que não acredito que os vazamentos tenham vindo da IC", disse Clapper. "A IC não fez qualquer avaliação de que as informações nesse documento fossem confiáveis, e não nos baseamos nele de qualquer forma para tomar nossas decisões."
Ele defendeu a inclusão do dossiê no relatório de inteligência recebido por Trump na última sexta-feira, afirmando que "parte da nossa obrigação é assegurar que os líderes recebam o quadro mais amplo possível sobre quaisquer questões que possam afetar a segurança nacional".
RC/afp/rtr