Chefe do Hisbolá convoca protestos no Líbano contra filme sobre Maomé
17 de setembro de 2012O líder do grupo militante xiita Hisbolá, Hassan Nasrallah, convocou neste domingo (16/09) uma semana de protestos por todo o Líbano contra o filme que satiriza o Islã e o profeta Maomé, mas pediu aos muçulmanos que não ataquem embaixadas estrangeiras.
Nasrallah discursou algumas horas depois que o papa Bento 16 deixou o país, após uma visita histórica de três dias na qual pediu aos líderes do Oriente Médio que busquem um caminho de paz e reconciliação.
"O mundo inteiro precisa ver a nossa raiva em nossos rostos, em nossos punhos e em nossos gritos", declarou Nasrallah. "O mundo inteiro deve saber que o profeta Maomé tem seguidores que não vão ficar calados perante essa humilhação."
Segundo ele, a ira dos manifestantes muçulmanos se volta contra os Estados Unidos e Israel, e não contra cristãos. O governo dos EUA usa a liberdade de expressão como desculpa para que o filme seja divulgado, afirmou. Nasrallah pediu punição aos autores do filme.
Num discurso transmitido pela emissora do Hisbolá, Nasrallah afirmou que o filme sobre Maomé é o pior ataque já perpretado contra o Islã, pior que os Versos Satânicos de Salman Rushdie, a queima do Alcorão no Afeganistão e a publicação de charges sobre Maomé na imprensa europeia.
O xeque muçulmano prometeu ainda organizar protestos em diferentes zonas do Líbano, todas majoritariamente xiitas: Beirute, nesta segunda-feira; Tiro, na quarta-feira; Baalbek, na sexta-feira; Bint Jbeil, no sábado; e Hermel, no domingo.
O líder do Hisbolá defendeu ainda a adoção de um acordo internacional que proíba ataques contra qualquer religião.
RO/afp/lusa/ap/kna/dpa
Revisão: Alexandre Schossler