China condena 55 em julgamento em estádio
28 de maio de 2014Num julgamento realizado num estádio, diante de 7 mil espectadores, a Justiça chinesa condenou na terça-feira (28/05) 55 pessoas pelos crimes de terrorismo, separatismo, estupro e assassinato na região de Xinjiang, no noroeste do país. Delas, três foram sentenciadas à morte.
Segundo informou nesta quarta-feira a imprensa estatal, o julgamento, realizado na cidade de Yining, foi acompanhado também por autoridades do Partido Comunista. O subsecretário do partido na cidade, Li Minghui, disse que a sentença pública deixa clara a determinação do governo em combater "o terrorismo violento, o separatismo e o extremismo religioso".
O julgamento em massa é uma resposta do governo após uma série de atentados em Xinjiang, uma região marcada pela tensão entre as etnias han, majoritária, e uigur. Na semana passada, um ataque num mercado popular da capital regional, Urumqi, deixou 43 mortos e mais de 90 feridos. O governo atribui as ações a radicais muçulmanos da minoria uigur.
As autoridades chinesas afirmaram que a polícia no sudoeste de Xinjiang prendeu também na terça-feira cinco suspeitos de planejarem um novo ataque. Segundo o governo, só neste mês, mais de 200 pessoas foram detidas e 23 grupos extremistas foram desarticulados.
O julgamento foi similar ao processo realizado na semana passada, na mesma região, que condenou 39 pessoas à prisão por atos terroristas. Segundo o governo chinês, cinco homens-bomba foram os responsáveis pelo ataque ao mercado de Urumqi na última quinta-feira.
Esse foi o segundo atentando na região em menos de três semanas, após a explosão da bomba numa estação de trem que matou três pessoas e feriu 79. Em outro ataque, em março, a estação de trem em Kunming foi invadida por homens armados com facas que mataram 29 pessoas e feriram 130.
O conflito entre chineses e os separatistas da etnia uigur remonta ao século 19. A minoria muçulmana se sente desfavorecida cultural, social e economicamente perante a presença na região da etnia han, que representa mais de 90% da população chinesa.
CN/rtr/afp/ap