China e Rússia preocupadas com situação na Coreia do Norte
14 de abril de 2017O ministro do Exterior chinês, Wang Yi, advertiu nesta sexta-feira (14/04) que quem provocar uma guerra na Península Coreana "deverá assumir as responsabilidades históricas e pagar o preço."
"Se houver uma guerra, o resultado será uma situação em que todos perdem e ninguém ganha", assegurou Wang em coletiva de imprensa junto ao colega de pasta francês, Jean-Marc Ayrault.
Entenda: A complexa equação chamada Coreia do Norte
Dado o aumento da tensão na região e perante um possível teste nuclear da Coreia do Norte, o ministro chinês pediu a todas as partes para retomar o diálogo e não deixar que as coisas evoluam até um ponto irreversível e incontrolável.
"Exigimos um fim das provocações e ameaças, antes que a situação não possa mais ser salva", afirmou Wang após se reunir com Ayrault. "A China é da opinião de que o diálogo é a única solução", acrescentou o ministro chinês.
"Coreia do Norte é um problema"
Pequim pediu contenção enquanto Pyongyang finaliza os detalhes para as comemorações do aniversário de nascimento do fundador do país, este fim de semana, quando se teme que a Coreia do Norte possa realizar um novo teste nuclear, enquanto uma esquadra naval americana navega por águas próximas.
"No dossiê nuclear norte-coreano, o vencedor não será aquele que tiver as propostas mais duras ou que mostrar mais os músculos. Se ocorrer uma guerra, o resultado será uma situação em que ninguém sairá vencedor", alertou Wang, sem se referir diretamente às ameaças do presidente americano, Donald Trump.
Nesta quinta-feira, Trump abordou a situação da Coreia do Norte depois de os Estados Unidos terem lançado uma bomba não nuclear no leste do Afeganistão, o dispositivo convencional mais potente do arsenal bélico americano. "A Coreia do Norte é um problema, o problema será tratado", afirmou Trump, que esteve reunido na semana passada com o presidente chinês, Xi Jinping.
Preocupações da Rússia
Preocupada com o ressurgimento de tensões na Coreia do Norte, a Rússia também exortou nesta sexta-feira todas as partes a evitar qualquer ação que possa ser interpretada como uma provocação, anunciou o Kremlin.
O apelo da Rússia veio após as novas ameaças dirigidas pelo presidente americano ao governo em Pyongyang. "Moscou está acompanhando com grande preocupação as tensões crescentes na Península Coreana. Apelamos a todos os países para mostrar moderação e evitar qualquer ação que possa ser interpretada como uma provocação", disse o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.
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