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China põe em vigor sanções à Coreia do Norte

14 de agosto de 2017

Principal parceiro comercial de Pyongyang, Pequim anuncia fim das importações de ferro, carvão e pescado. Medida foi aprovada no Conselho de Segurança e deve ter impacto de US$ 1 bilhão para o regime de Kim Jong-un.

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Trabalhadores rurais perto da fronteira com a Coreia do Sul
Trabalhadores rurais perto da fronteira com a Coreia do SulFoto: Reuters/D. Sagolj

O governo chinês anunciou nesta segunda-feira (14/08) a entrada em vigor de sanções à economia norte-coreana, em retaliação à recusa do regime de Kim Kong-un de congelar o desenvolvimento de seu programa nuclear.

As sanções haviam sido aprovadas no último dia 6 de agosto pelo Conselho de Segurança da ONU. Elas se aplicam às exportações norte-coreanas de carvão, ferro, chumbo e pescado e devem ter impacto de 1 bilhão de dólares (33%) no total de vendas de Pyongyang ao exterior.

Acusada pelo governo Donald Trump de não fazer o suficiente para pressionar a Coreia do Norte, a China cumpre, assim, sua promessa de colocar as sanções em prática dentro do prazo – 30 dias após a aprovação da resolução no Conselho de Segurança.

A China é o maior parceiro comercial da Coreia do Norte: em 2016, o comércio norte-coreano com outros países totalizou 6 bilhões de dólares. Do valor, cerca de 5,5 bilhões (ou 91,5%) correspondem às trocas comerciais com os chineses.

Membro permanente e com direito a veto no Conselho de Segurança, a China assegura que apoia totalmente as sanções, mas costuma ressaltar a necessidade de que não afetem excessivamente a economia norte-coreana e coloque o povo em perigo.

"É preciso evitar efeitos negativos contra atividades econômicas e cooperação que não estejam proibidas, como a ajuda humanitária ou a troca de alimentos", destacou na semana passada o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês Geng Shuang. 

Em julho, Trump reclamou que o comércio entre China e Coreia do Norte havia aumentado 40% no primeiro trimestre. Pequim defendeu a aliança econômica como uma relação normal entre dois países vizinhos que não viola as sanções da ONU.

A China suspendeu já desde fevereiro a importação de carvão, mas comprou 74 milhões de dólares de minério de ferro da Coreia do Norte nos primeiros cinco meses do ano, cifra quase igual ao total de 2016. As compras de pescado totalizaram 46 milhões em junho, quase o triplo em comparação a maio.

As sanções à Coreia do Norte entram em vigor a partir desta terça-feira. Elas coincidem com a escalada da retórica entre EUA e Coreia do Norte, o que levou a temores de um conflito na península.

RPR/ap/afp