Comércio tem pior ano desde 2003
11 de fevereiro de 2015O volume de vendas do comércio varejista aumentou 2,2% em 2014, o pior resultado desde 2003, quando houve um recuou de 3,7%, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (11/02). Nos últimos quatros anos, o comércio varejista havia tido um incremento médio de 7,5% ao ano.
Mesmo com o Natal, o varejo sofreu queda expressiva em dezembro do ano passado. Em relação ao mês anterior, as vendas diminuíram 2,6% no volume de vendas e 2,4% na receita nominal, considerando o ajuste sazonal. São os primeiros resultados negativos após quatro meses consecutivos de crescimento.
A queda mensal no volume de vendas foi a mais baixa já registrada desde que o IBGE iniciou a série histórica, em 2000.
No varejo ampliado, que inclui o comércio de automóveis, motos e material de construção, a variação sobre o mês anterior foi ainda pior: quedas de 3,7% tanto no volume de vendas quanto na receita nominal. No acumulado do ano, o volume de vendas recuou 1,7%, enquanto a receita nominal aumentou 3,9%.
O fraco consumo é um dos sinais mais claros do mal-estar que pesa sobre a economia brasileira. A confiança do consumidor atingiu seus piores níveis desde 2005, enquanto o aumento dos salários perdeu fôlego diante da criação de menos empregos.
A forte desaceleração das vendas varejistas foi um motivo central para a desaceleração da economia brasileira no ano passado. Economistas alertam que a atividade econômica provavelmente será ainda mais afetada em 2015, em meio a uma série de aumentos de impostos e taxas de juros que pesam sobre o consumo.
Alta dos preços
Também nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas divulgou a taxa de inflação das famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos, que aumentou 2% em janeiro deste ano em relação ao mês anterior.
A alta de janeiro reflete elevação de preços em cinco das oito classes de despesa componentes do Índice de Preços ao Consumidor-Classe 1 (IPC-C1), com destaque para transportes, habitação e alimentação. Esses grupos foram puxados pelas altas nas tarifas de ônibus urbano e de eletricidade residencial e nas hortaliças e legumes. Nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 7,66%.
LPF/abr/rtr