Combates violentos deixam mortos no Nagorno-Karabakh
2 de abril de 2016Combates violentos entre militares da Armênia e do Azerbaijão deixaram ao menos 30 mortos neste sábado (02/04) na região montanhosa de Nagorno-Karabakh, disputada há décadas pelos dois países. A Rússia, que vendeu armas aos dois lados, pediu o fim imediato dos combates.
O presidente da Armênia, Serzh Sarkisian, disse que 18 soldados armênios foram mortos e cerca de 35 ficaram feridos nos piores combates desde 1994, quando um cessar-fogo encerrou um conflito no qual rebeldes armênios conquistaram a região do Nagorno-Karabakh do Azerbaijão.
Sarkisian não especificou se os soldados mortos são rebeldes da República do Nagorno-Karabakh ou se são armênios. O Nagorno-Karabakh é uma república independente de facto, ainda que não reconhecida internacionalmente, e é apoiada pela Armênia, com a qual mantém laços estreitos.
Já o governo do Azerbaijão afirmou que 12 dos seus soldados foram mortos nos combates e que um helicóptero militar foi abatido.
Também civis morreram. O governo da região separatista afirmou que um menino de 12 anos foi morto e dois menores de idade ficaram feridos com o impacto de um míssil disparado pela forças azeris.
A Armênia acusou o Azerbaijão de "iniciar um forte ataque ao longo da fronteira do Karabakh, usando tanques, artilharia e helicópteros". Já o governo do Azerbaijão afirmou que apenas se defendeu depois de militares terem sido atacados com "artilharia de grosso calibre e lançadores de granadas".
O governo do Azerbaijão afirmou que os combates cessaram no início da noite, mas alertou que a situação continua tensa no local.
No início dos anos 1990, separatistas armênios, apoiados pelo governo em Erevã, conseguiram obter controle sobre a região de Nagorno-Karabakh, numa guerra que custou cerca de 30 mil vidas. Um acordo de paz nunca foi assinado, apesar do cessar-fogo de 1994.
A região continua sendo internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão, e conflitos esparsos entre os dois lados são comuns na fronteira. O conflito deste sábado, porém, marca um acirramento da violência.
A população de Nagorno-Karabakh é etnicamente armênia e de maioria cristã. O Azerbaijão é um país majoritariamente muçulmano.
O Grupo de Minsk, que medeia o conflito, anunciou que fará uma reunião de emergência na próxima terça-feira, em Viena, para tentar conter a nova onda de violência. Do grupo fazem parte os Estados Unidos, a Rússia, a Turquia, a Alemanha e a França, entre outros países.
AS/afp/dpa/efe/ap