Começa julgamento de copresidente do Deutsche Bank
28 de abril de 2015O aguardado julgamento do copresidente do Deutsche Bank Jürgen Fitschen e de mais quatro ex-diretores do maior banco privado alemão começou nesta terça-feira (28/04) em Munique, no sul da Alemanha.
A promotoria acusa os réus de tentativa de fraude, afirmando que eles deram falso testemunho no processo sobre a quebra do grupo de comunicação do magnata Leo Kirch. Além de Fitschen, sentam no banco dos réus dois ex-presidentes do banco, Rolf Breuer e Josef Ackermann, e os ex-diretores Clemens Börsig e Tessen von Heydebreck.
Quatro anos atrás, os herdeiros do magnata acusavam o Deutsche Bank de ser o responsável pela quebra da empresa de comunicação e pediam uma indenização bilionária ao banco. Segundo a promotoria, os acusados mentiram para evitar que a indenização fosse paga.
A disputa começou em 2002, quando Kirch, que morreu em 2011, acusou o então presidente do banco, Breuer, de ter papel determinante na falência da empresa de comunicação ao dar uma entrevista na qual colocava em dúvida a saúde financeira da empresa. O magnata pediu uma indenização de 2 bilhões de euros.
A Justiça alemã deu razão aos herdeiros de Kirch em dezembro de 2012, afirmando que o banco deveria chegar a um acordo com eles e indenizá-los. Em fevereiro de 2014, as duas partes se acertaram, e o Deutsche Bank concordou em pagar 925 milhões de euros aos herdeiros.
Fitschen afirma que é inocente das acusações. Segundo a promotoria, a estratégia de mentir à Justiça foi de Breuer, e os demais acusados se associaram a ela. Fitschen teria se afastado da estratégia ao formular declarações vagas, sem mentir. Entretanto, segundo a promotoria, ele foi cúmplice no caso por saber das declarações falsas e não ter feito nada para impedi-las.
Fitschen comanda o Deutsche Bank desde junho de 2012, ao lado do co-presidente Anshu Jain, e é um dos executivos mais importantes da Alemanha.
O processo terá 16 audiências e deve durar até 22 de setembro. Os acusados devem comparecer ao tribunal. Se forem considerados culpados, podem ser condenados a uma pena entre seis e dez anos de prisão.
AS/dpa/rtr/afp