Perdão parcial das dívidas gregas?
17 de novembro de 2012O comissário da União Europeia para questões energéticas, o alemão Günther Oettinger, embora pertença ao mesmo partido – a União Democrata Cristã (CDU) – que a chanceler federal do país, Angela Merkel, afirmou ver com "inevitável" a moratória das dívidas da Grécia.
A informação foi divulgada pelo jornal popular Bild, segundo o qual Oettinger fez tais declarações numa reunião com políticos do Partido Social Democrata (SPD), na última quinta-feira (15/11), em Bruxelas. Ao tabloide, Oettinger confirmou: "No fim das contas, não teremos como evitar uma redução das dívidas da Grécia frente aos credores públicos".
Com tal afirmação, Oettinger se posiciona frontalmente contrário à premiê Angela Merkel, sua correligionária. O governo alemão vem rejeitando com veemência, pelo menos até o momento, uma moratória para as dívidas gregas. Segundo o economista Lars Feld, isso poderá, contudo, mudar.
O mais tardar depois das eleições parlamentares alemãs, no segundo semestre de 2013, haverá um perdão das dívidas da Grécia, afirmou Feld ao jornal Stuttgarter Nachrichten. "Para se reerguer, o país precisa provavelmente de um reescalonamento de suas dívidas perante os credores", avalia o especialista.
Necessidade de mais 33 bilhões
Desde já está claro que a Grécia precisará de uma ajuda de mais alguns bilhões de euros. Os ministros das Finanças da zona do euro já aceitaram de comum acordo que Atenas deverá receber um prazo de mais dois anos, a fim de implementar as medidas de austeridade impostas.
Neste caso, o país, altamente endividado, precisaria de mais 33 bilhões de euros. Ainda não se sabe de onde poderão vir esses recursos. Os países contribuintes dos fundos em questão irão se reunir da próxima semana, a fim de tomar uma decisão definitiva sobre o caso grego.
SV/afp,dapd,dpa,rtr
Revisão: Augusto Valente