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Comissão Europeia autoriza Remdesivir para tratar covid-19

3 de julho de 2020

Órgão executivo da UE destaca que autorização a antiviral ocorre em procedimento acelerado e de forma provisória devido à emergência sanitária imposta pelo novo coronavírus.

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Frasco de remédio envolto em plástico na mão de uma pessoa
Remdesivir é a primeira droga autorizada no nível da UE para tratamento da covid-19Foto: AFP/U. Perrey

A Comissão Europeia autorizou nesta sexta-feira (03/07) o uso do antiviral Remdesivir no tratamento do novo coronavírus. O medicamento se torna, assim, a primeira droga autorizada no nível da União Europeia para tratar a covid-19.

A autorização do executivo comunitário, concedida em um procedimento acelerado e de forma condicional, surge após uma recomendação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) de 25 de junho, que aprovou o medicamento para tratamento da covid-19 em adultos e adolescentes a partir dos 12 anos, com pneumonia e que requerem oxigênio suplementar.

Nesta quinta-feira, a Comissão Europeia informara que está negociando a compra do medicamento com o fabricante, a empresa americana Gilead Sciences, após os Estados Unidos adquirirem praticamente toda a produção dos próximos três meses.

Apontando que "a proteção da saúde pública é uma prioridade fundamental da Comissão", Bruxelas afirmou que, "como tal, os dados sobre o Remdesivir foram avaliados num período de tempo excecionalmente curto", o que permitiu que a autorização fosse concedida rapidamente no contexto da crise do coronavírus, "no prazo de uma semana após a recomendação da EMA, em comparação com os habituais 67 dias".

O Remdesivir é uma terapia experimental que começou a ser desenvolvida em 2009 para pacientes de ebola em meados da década passada. Um ensaio clínico americano mostrou que o medicamento encurta o tempo de recuperação em alguns pacientes com coronavírus.

Bruxelas explicou que os dados sobre o Remdesivir foram analisados "em um período de tempo excepcionalmente curto mediante um procedimento de revisão contínua", devido à emergência de saúde pública imposta pelo novo coronavírus.

"Concedemos esta autorização menos de um mês depois da solicitação", ressaltou a comissária de Saúde da UE, Stella Kyriakides, sublinhando que a medida mostra "a determinação da UE em responder rapidamente" a novos tratamentos.

A autorização de comercialização condicional é reservada na UE aos medicamentos cujos benefícios se estimam maiores que seus riscos, apesar de não haver ainda dados completos. Sua duração é de um ano e é renovável.

A droga do laboratório americano Gilead Sciences foi desenvolvida para tratar os pacientes com ebola, sem sucesso, mas durante um experimento nos EUA demonstrou certa eficácia contra a covid-19.

Segundo o estudo, os pacientes com a doença tratados com Remdesivir se recuperam cerca de quatro dias antes dos outros enfermos. Seu uso já foi autorizado em casos de urgência nos Estados Unidos e no Japão.

MD/lusa/afp/efe

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