Como está a flexibilização de medidas anticovid na Europa
4 de maio de 2021Enquanto na Alemanha o chamado "freio de emergência" contra o avanço da covid-19 ainda paralisa a vida social, o comércio e a gastronomia, a situação em outros países europeus é diferente. Veja como anda a flexibilização das restrições em outras nações do continente:
Grécia
Tanto moradores quanto turistas estavam ansiosos por isso há muito tempo: depois de bares e tavernas na Grécia terem de fechar por cerca de seis meses devido ao alto número de infecções por coronavírus, eles reabriram nesta segunda-feira (03/05) seus serviços ao ar livre e com regras: os funcionários devem ser testados duas vezes por semana e usar máscaras; todos os clientes devem ficar sentados e, no máximo, com seis em cada mesa; e as mesas precisam ficar distantes umas das outras.
Para evitar uma atmosfera excessivamente relaxada, a música também foi proibida. Os estabelecimentos devem ser fechados um pouco antes das 23 horas, já que o toque de recolher à noite ainda se aplica. Apesar de todas essas restrições, os cafés e tavernas devem lotar, já que o clima no Mar Mediterrâneo está esquentando.
De acordo com a Universidade John Hopkins, a incidência no destino popular de férias era de cerca de 150 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos sete dias, mais ou menos o mesmo que na Alemanha. Cerca de 8% da população já recebeu pelo menos uma dose de vacina contra covid-19.
A partir de 15 de maio, o país pretende se abrir completamente aos turistas. Embora agora já seja permitido visitar a Grécia, os turistas são obrigados a se dirigir diretamente ao seu local de destino.
Holanda
Os restaurantes ao ar livre também estão reabrindo na Holanda, das 12 às 18 horas. O toque de recolher foi abolido, e os clientes já podem entrar nas lojas sem horário marcado. As reuniões em casa também foram flexibilizadas: em vez de um visitante, agora são permitidos dois.
Museus, cinemas e teatros, entretanto, permanecem fechados. Estudantes ainda estão em grande parte em casa, mas têm aulas presenciais pelo menos um dia por semana.
O país ainda está lutando contra uma enxurrada de infecções. A incidência de casos em sete dias é de cerca de 300 por 100 mil habitantes. Cerca de 30% da população já recebeu pelo menos uma dose de vacina.
República Tcheca
O país também está dando pequenos passos em direção à normalidade. Deste segunda-feira, os varejistas e até mesmo os mercados estão autorizados a abrir. A República Tcheca foi duramente atingida pela pandemia e considerado um dos maiores focos do novo coronavírus na Europa.
Entretanto, a situação melhorou significativamente no país, que registra atualmente uma incidência de sete dias de cerca de 150 casos por 100 mil habitantes. Mais de 18% da população já recebeu ao menos uma dose de imunizante contra a covid-19.
França
A França também aliviou suas restrições a partir desta segunda-feira. Pela primeira vez, as pessoas estão autorizadas novamente a circular livremente. Há pouco tempo, elas tinham que permanecer num raio de 10 quilômetros de suas casas em caso de viagens não essenciais.
As escolas de ensino médio voltaram a oferecer aulas presenciais em vez de virtuais, e jardins de infância e escolas primárias já haviam sido reabertas há alguns dias. Em cerca de duas semanas, restaurantes ao ar livre também serão reabertos, e o toque de recolher foi atrasado: passou das 19h para as 21h.
Mesmo que muitas pessoas estejam felizes, alguns dizem que o afrouxamento das restrições está acontecendo muito rápido, pois a incidência de novos casos ainda é bastante alta: em torno de 300 por 100 mil habitantes em sete dias. O governo espera que o número crescente de pessoas vacinadas tenha em breve um impacto sobre as infecções. Quase 10% da população já foi vacinada pelo menos uma vez, de acordo com dados da Universidade John Hopkins.
Itália
A Itália também está relaxando gradualmente suas restrições. Em regiões não tão afetadas pelo coronavírus, restaurantes e bares podem abrir ao ar livre, mas apenas até as 22 horas por causas do toque de recolher. Até mesmo museus e cinemas reabriram nas partes menos afetadas do país.
Os museus localizados na Cidade do Vaticano também reabriram nesta segunda-feira. A entrada, porém, é permitida apenas para quem usa máscara de proteção.
O país, que registra uma incidência de cerca de 135 novos casos por 100 mil habitantes em sete dias, planeja novas flexibilizações para as próximas semanas. A partir de junho, as pessoas poderão se sentar novamente dentro de restaurantes, e as regras para turistas também poderão mudar. Até agora, os visitantes tinham que se testar antes e depois de entrar no país e passar por uma quarentena de cinco dias. Ainda não está claro quando a regra mudará.
De qualquer maneira, mais de 22% da população já foi vacinada pelo menos uma vez contra o coronavírus. As esperanças aumentam para férias de verão despreocupadas na Itália.
Virologistas, entretanto, são bastante críticos em relação à flexibilização. "Como cientistas, tememos que esta reabertura faça com que a pandemia ganhe força", afirma o professor Massimo Andreioni, da Universidade Tor Vergata, de Roma, em entrevista à DW. "É muito difícil assumir um risco calculado, porque no momento em que nos damos conta de que o vírus está ganhando força, é sempre tarde demais."
Dinamarca
Após vários meses de lockdown, a Dinamarca também está afrouxando suas restrições. A fim de evitar uma nova onda do coronavírus, o governo criou o chamado "Coronapass".
O passaporte do coronavírus prova que alguém já foi vacinado, superou recentemente uma infecção por coronavírus ou possui um teste negativo de covid-19 realizado há menos de 72 horas. Aqueles que puderem mostrar o "Coronapass" – impresso ou num aplicativo de celular – poderão ir novamente ao cabeleireiro, museus ou restaurantes.
Os estádios também estão reabrindo para visitantes, e espera-se que os cinemas e teatros façam o mesmo em breve. Já é possível ir para terraços ao ar livre dos restaurantes sem ter que mostrar o "Coronapass".
As normas deverão ficar em vigor até que todos os dinamarqueses tenham sido vacinados. De acordo com o governo, isso deve ocorrer até o final de julho. Os números de novas infecções na Dinamarca permanecem estáveis, com uma incidência inferior a 100 por 100 mil habitantes em sete dias.