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Compartilhando livros e a liberdade de leitura

(pc)17 de julho de 2003

Uma nova forma de comunicação, baseada na troca de livros, está se desenvolvendo no mundo, graças à internet. Confira os detalhes.

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O livro, objeto de trocas no mundo da comunicação eletrônicaFoto: Kunstsupermarkt

Bookcrossing é o nome oficial deste sistema de trocas de livros, que já tem a adesão de mais de 125 mil pessoas no mundo inteiro. Bookcrossing quer dizer "cruzamento de livros", mas na verdade trata-se de uma forma de compartilhar a leitura de livros, libertando-os da propriedade individual.

A idéia é simples: fazer os livros circular pelo mundo, gratuitamente. Sua implantação tornou-se possível graças à comunicação eletrônica. Você vai ao site www.broockcrossing.com e sai à "caça" de livros que foram deixados por alguém em algum lugar de alguma cidade do mundo.

O país com mais livros são evidentemente os Estados Unidos (129.865), pois foi lá que tudo começou, seguidos do Canadá (22.738). Na Europa, é a Itália que está na frente (9.004), seguida da Grã-Bretanha (7.204) e da Alemanha (5.693). No Brasil, apenas 84 livros foram postos em circulação.

Biblioteca aberta

O objetivo do bookcrossing é criar uma biblioteca mundial aberta, explica o belga Rudi Ferrari, que vive em Colônia (Alemanha), e criou um serviço de apoio aos usuários alemães (www.bookcrossing.de).

Ele explicou à Deutsche Welle como funciona o serviço: se alguém tem um livro que já leu e que está empoeirando na estante, basta registrá-lo na internet (www.bookcrossing.com), fornecendo título, autor, uma pequena descrição e uma avaliação pessoal.

O programa do site registra um número de código, que deve ser colado ao livro, o qual está assim liberado. Ele pode ser deixado em um lugar público, como bares, restaurantes, hotéis, estacionamentos, piscinas, igrejas, etc. A localização exata do livro tem de ser indicada na internet.

A partir daí, podem acontecer muitas coisas. Quem encontrou o livro tem a possibilidade de comunicar o achado à internet, através do número de código, e também dar a sua opinião pessoal. Esta primeira forma de contato "virtual" pode levar a um intercâmbio entre as pessoas e a contatos "reais", ou seja, encontros pessoais.

O sebo eletrônico

Rudi Ferrari empolgou-se tanto com a idéia do bookcrosssing que passou a freqüentar sebos, comprando caixas de livros para oferecê-los via internet. Ele conta, por exemplo, a história de um livro antiquíssimo, de 1939, que deixou na banca de jornais da estação ferroviária de Colônia: quatro semanas depois, recebeu o comentário entusiástico de alguém que o encontrou.

O bookcrossing já está sendo praticado em 130 países. Geralmente, os livros são oferecidos no idioma de cada país. Mas muitos livros em inglês já estão circulando pelo mundo. Por exemplo, um turista americano pode encontrar uma obra em inglês em Berlim e acaba levando-o de volta aos Estados Unidos. E assim, os livros cruzam as fronteiras, dando asas à imaginação dos seres humanos.