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Comunidade internacional condena atentados em três países

27 de junho de 2015

Pelo menos 60 pessoas morrem em ataques ocorridos na França, Tunísia e Kuwait. ONU diz que violência fortalece compromisso no combate ao terrorismo. Organização sunita diz que EI está difamando o islã.

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Kuwait Moschee Selbstmordattentat
Foto: Getty Images/AFP/Y. Al-Zayat

Líderes de diversas partes do mundo condenaram os ataques ocorridos nesta sexta-feira (26/06) em Tunísia, França e Kuwait e expressaram solidariedade aos três países. Ao todo, mais de 60 pessoas morreram nos atentados.

Na França, um homem foi decapitado em uma fábrica de produtos químicos perto de Lyon, no sudeste do país, enquanto um ataque a tiros na praia de um popular resort na costa tunisiana deixou pelo menos 39 mortos. Já no Kuwait, 27 pessoas morreram com a explosão de uma bomba em uma mesquita sunita.

De acordo com o Departamento de Estado americano, não há indicações de que os ataques tenham sido coordenados. No entanto, o grupo extremista "Estado Islâmico" (EI) assumiu a autoria dos atentados na Tunísia e no Kuwait.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, criticou duramente os ataques em um comunicado. "Longe de enfraquecer a determinação da comunidade internacional de lutar contra a chaga do terrorismo, esses ataques hediondos apenas fortalecerão o compromisso das Nações Unidas de ajudar a combater aqueles interessados na morte, destruição e aniquilação da cultura e do desenvolvimento humano", declarou o porta-voz da organização, Farhan Haq.

O ministro da Chancelaria alemã, Peter Altmaier, enviou pelo Twitter uma mensagem em francês para expressar a solidariedade ao país vizinho. Autoridades alemãs também participam das investigações do atentado em Lyon, em apoio a investigadores franceses.

O chefe da Otan, Jens Stoltenberg, declarou a líderes europeus que participaram da cúpula da União Europeia em Bruxelas que é preciso debater "as novas ameaças" que se apresentam à Europa, e defendeu que os países invistam em seus sistemas de defesa a fim de enfrentar "um ambiente de segurança que mudou drasticamente" recentemente.

A chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, conclamou que o mundo árabe e os europeus mantenham-se unidos. "Árabes, muçulmanos, não muçulmanos: nós estamos todos juntos, no mesmo barco".

A Casa Branca também divulgou uma nota em solidariedade aos povos dos três países que sofreram atentados nesta sexta-feira e aos familiares das vítimas. Os Estados Unidos afirmaram ainda que "estão em contato" com os governos a fim de oferecer qualquer apoio necessário.

O governo brasileiro também se pronunciou, deplorando os atos criminosos "perpetrados por extremistas em nome de ideias incompatíveis com as regras mais elementares de convívio e respeito aos direitos humanos".

Líderes do mundo islâmico também condenaram os ataques. A instituição muçulmana sunita no Egito Al-Azha declarou que o tiroteio na Tunísia foi uma "violação a todas as normas religiosas e humanitárias". E apelou para que a comunidade internacional "derrote este grupo terrorista ["Estado Islâmico"] de todas as maneiras possíveis", afirmando ainda que as ações dos jihadistas estão "difamando" o islã.

O proeminente clérigo sunita Yusuf al-Qaradawi sugeriu que os militantes extremistas são piores do que "bestas". "Bestas não matam outros animais, a não ser quando precisam comer. Mas algumas pessoas nunca se satisfazem de morte e sangue".

MSB/rtr/afp/dpa