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Pressão aumenta

Agências (av)7 de agosto de 2008

Após reação reticente de Teerã a ofertas de cooperação abrangente, potências da ONU anunciam-se dispostas a impor sanções. Autoridades iranianas insistem em programa de enriquecimento de urânio.

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Trabalhos em instalações de enriquecimento de urânio prosseguemFoto: AP

A comunidade internacional mostrou-se decepcionada com a resposta do Irã às propostas de um consenso, dentro do continuado impasse nuclear. As cinco nações com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha retomaram nesta quarta-feira (07/08) as negociações com Teerã.

O país, entretanto, não se mostrou disposto a suspender suas atividades de enriquecimento de urânio, mesmo diante da oferta de cooperação técnica e econômica abrangente. As seis potências da ONU concordam que o próximo passo será o estabelecimento de novas sanções pelo Conselho de Segurança.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, considerou a reação iraniana "insatisfatória". Ele sublinhou que a União Européia e o "Grupo dos Seis" manterão a linha de dupla ação dentro do conflito. Isto significa, acima de tudo, um claro comprometimento com uma solução através de negociação.

Caso Teerã rejeite esse caminho, o Conselho de Segurança voltará a ser acionado. "Para o êxito dessa dupla ação, a coesão do E3+3 (três nações da UE – Alemanha, França e Reino Unido – mais China, EUA e Rússia) é uma precondição importante."

Matando tempo

Said Dschalili, Iran Unterhändler
Saeid Jalili, chefe das negociações nuclearesFoto: picture-alliance/ dpa

Na opinião de Oliver Thränert, especialista em desarmamento do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e Segurança (SWP), a comunidade internacional deve aumentar a pressão sobre o Irã, pois não há dúvida de que o país utiliza o enriquecimento de urânio para planos militares.

"Estão trabalhando em detonadores só utilizados em armas atômicas, assim como em ogivas de mísseis que só podem servir ao lançamento de armas nucleares. São indicações claras de que se trata de um programa armamentista." Tal significaria um grande perigo para Israel.

Até agora, a comunidade internacional se esforçou no sentido de, com medidas de coação suaves, atingir apenas a cúpula do Estado iraniano, e não o povo em si, declarou o politólogo à emissora Deutschlandradio. O próximo passo seria o embargo armamentista ou a restrição dos créditos de exportação.

"Quando se examinam os documentos passados pela parte iraniana e apresentados nos encontros, não é possível ter outra impressão, a não ser de que sua única finalidade seja desperdiçar tempo", censurou Thränert.

Ainda há saída

O vice-diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Olli Heinonen, é esperado nesta quinta-feira em Teerã para novas conversas com as autoridades nacionais para assuntos nucleares. Nos últimos meses, ele visitou diversas vezes aquele país asiático, na tentativa de esclarecer as questões ainda abertas em torno do programa atômico, mantido secreto durante décadas.

A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, classificou a reação iraniana às propostas como "nada séria". "Há uma saída para os iranianos, se eles quiserem, mas nós imporemos sanções sérias, se não quiserem." Só resta esperar que haja "pessoas responsáveis no Irã", que reconheçam não ser admissível levar o país a tal grau de isolamento.