Metrópolis
22 de janeiro de 2010A descoberta de uma versão original do clássico Metrópolis, de 1927, causou furor entre cinéfilos de todo o mundo há cerca de dois anos. A cópia guardada num museu de Buenos Aires continha uma versão completa do clássico do diretor alemão Fritz Lang, incluindo 25 minutos até então dados como perdidos.
O processo de restauração do material encontrado começou logo em seguida e já foi concluído. Mais de 80 anos depois de sua estreia, Metrópolis poderá novamente ser visto como Lang o havia imaginado. A re-estreia acontecerá no próximo dia 12 de fevereiro, na abertura da Berlinale, o Festival Internacional de Cinema de Berlim. A exibição acontecerá ao ar livre, diante do Portão de Brandemburgo.
Quem não quiser esperar até lá tem outra opção: 10 dos 25 minutos adicionais podem ser vistos numa exposição aberta nesta quinta-feira (21/01) no Museu Berlinense do Filme e da Televisão. Intitulada The Complete Metropolis, a mostra apresenta ainda objetos relacionados ao clássico do cinema mudo.
Objetos em exposição
Podem ser vistos também todos os documentos originais disponíveis sobre o filme. Entre os cerca de 200 objetos estão material de cena, desenhos, excertos do roteiro, projetos de arquitetura e figurinos e as partituras que compunham o fundo sonoro.
Também é explicado como foram criados os famosos anéis de luz que circundam a robô Maria, interpretada por Brigitte Helm, numa das cenas mais conhecidas de Metrópolis. Em torno de duzentas fotos mostram Lang e sua equipe durante as filmagens do clássico.
O figurino original do filme não foi preservado, mas duas roupas da personagem masculina Freder foram recriadas pela empresa Kostümhaus Theaterkunst, responsável pelo figurino original.
A versão original
Com cerca de 145 minutos na versão restaurada, Metrópolis está praticamente completo. Segundo a curadora da exposição, Kristina Jaspers, faltam apenas algumas poucas imagens.
Entre as "novas" cenas estão um passeio de carro pela cidade futurista que dá nome ao filme e uma estátua da personagem Hel sendo descoberta. Algumas figuras secundárias ganham mais importância, diz Jaspers. A restauração digital foi feita imagem por imagem, e as cenas adicionais foram incluídas com ajuda das partituras para o acompanhamento musical.
Metrópolis estreou no cinema Zoo Palast de Berlim em 10 de janeiro de 1927, na versão original. O filme foi na época apresentado como o mais caro já produzido no mundo, ao custo de 6 milhões de Reichsmark, a moeda alemã de então. E foi um fiasco de bilheteria.
A distribuidora norte-americana Paramount, responsável pela distribuição mundial, fez cortes radicais na versão entregue por Lang. E, com o fracasso inicial, essa versão reduzida passou a ser exibida também na Alemanha.
Metrópolis foi restaurado pela Fundação Friedrich Wilhelm Murnau. A exposição The Complete Metropolis prossegue até o dia 25 de abril na capital alemã.
AS/dpa/epd
Revisão: Carlos Albuquerque