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Conselho do Afeganistão aprova acordo de segurança com EUA

24 de novembro de 2013

Loya Jirga pediu, ainda, que tratado seja promulgado antes do fim de 2013. Karzai, entretanto, afirmou que o acordo não será assinado imediatamente e só sob condição de que EUA levem "paz e estabilidade ao Afeganistão".

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Foto: Reuters

A Loya Jirga, assembleia tribal afegã, aprovou neste domingo (24/11) o controverso tratado bilateral de segurança com os Estados Unidos e pediu ao presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, para promulgá-lo antes do fim de 2013, como solicitam os EUA. Karzai, entretanto, disse que o acordo não será assinado imediatamente.

O presidente afegão pediu que os EUA levem "paz e estabilidade" ao país, como requisito para firmar o documento. "Se não há paz, este acordo trará desgraça ao Afeganistão. Nossa condição é a paz. Os Estados Unidos devem nos trazer paz e então, assinaremos o tratado", anunciou Karzai, diante da Loya Jirga, sem especificar um prazo para a assinatura.

A assembleia, composta de 2.500 delegados, entre chefes tribais, religiosos e políticos, esteve reunida em Cabul desde quinta-feira para decidir sobre seu aval ao pacto com os EUA.

Bases para permanência de tropas

O acordo bilateral de segurança define as bases jurídicas e as condições para a permanência no país de tropas dos Estados Unidos para prestar treinamento e assessoria das forças locais, depois de 2014 e por um período de dez anos.

Entre outras coisas, o tratado define a questão sobre quantos dos 75 mil soldados norte-americanos devem permanecer no país. Os EUA reivindicam, em contrapartida, imunidade para seus homens, que responderiam apenas à Justiça americana, ficando, assim, livres de processos no Afeganistão.

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Loya Jirga: grande conselho afegão, com 2.500 delegados, esteve reunido desde quinta-feiraFoto: Massoud Hossaini/AFP/Getty Images

Depois de meses de difíceis negociações, Cabul e Washington chegaram a um acordo semana passada sobre o conteúdo do tratado.

Adiamento irrita Washington

Mas na quinta-feira, durante a abertura da Jirga, o presidente Karzai surpreendeu, anunciando que a assinatura do acordo – que, antes, tem de ser aprovado pelo Parlamento – iria ocorrer depois das eleições presidenciais, previstas para 5 de abril.

A perspectiva de uma demora para o tratado entrar em vigor irrita Washington, que comunicou que um atraso adicional não é "nem prático, nem viável". O governo norte-americano pediu uma assinatura do documento até o fim do ano, sob ameaça de retirar todas as suas tropas.

No poder desde 2001, com o apoio dos Estados Unidos, Karzai não pode participar da eleição, pois a Constituição afegã o proíbe de concorrer a um terceiro mandato. Entretanto, seu irmão, Qayyum Karzai, é um dos candidatos à sucessão presidencial.

A missão liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão termina no final de 2014. Segundo Karzai, ainda devem permanecer no país entre 10 mil e 15 mil soldados estrangeiros, pelo prazo de dez anos, a partir de 2015.

A Alemanha pretende participar nesta missão com até 800 homens. Ainda há cerca de 86 mil soldados estrangeiros no Afeganistão, incluindo quase 3.500 alemães.

MD/lusa/afp/