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Conservadores começam a se unir para tirar May, diz jornal

12 de novembro de 2017

"Sunday Times" diz que 40 deputados do Partido Conservador – oito a menos que o necessário – concordaram em assinar moção de censura contra a líder da legenda, o que pode forçar nova eleição e levar à saída da premiê.

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Theresa May London
May está sob pressão após revés eleitoral e dificuldades nas negociações do BrexitFoto: Reuters/T.Melville

Ao menos 40 deputados do Partido Conservador britânico concordaram em assinar uma moção de censura contra a primeira-ministra Theresa May, da mesma legenda, segundo revelou uma reportagem publicada neste domingo (12/11) pelo jornal britânico The Sunday Times.

É necessário que 48 parlamentares assinem o documento para forçar a realização de uma nova eleição interna para a liderança do partido, o que tiraria May do cargo de premiê caso ela perdesse. O Partido Conservador tem 315 assentos na Câmara dos Comuns.

A primeira-ministra britânica tem estado sob pressão desde que seu partido perdeu, de maneira inesperada, a maioria absoluta no Parlamento nas eleições gerais realizadas em junho passado.

O governo de May também tem sido alvo de insatisfação em razão do andamento das negociações sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE). Críticos afirmam que, após seis rodadas de conversas com Bruxelas, pouco avanço foi feito para definir questões essenciais acerca do Brexit.

Na sexta-feira, a UE deu um ultimato de duas semanaspara o Reino Unido esclarecer alguns pontos importantes em relação a sua saída do bloco. Somente depois os países-membros darão aval para a segunda etapa das negociações do Brexit, que abordará as relações comerciais e está prevista para começar em dezembro.

Segundo o The Sunday Times, se os britânicos não convencerem Bruxelas, as negociações podem ser congeladas e seriam retomadas somente em março de 2018.

O negociador europeu do Brexit, o francês Michel Barnier, pediu progressos em relação às questões sobre o futuro dos direitos dos cidadãos europeus e da fronteira com a Irlanda do Norte, além do acerto financeiro do Brexit, a chamada "conta do divórcio" que deverá ser paga à UE. Esses pontos são as principais demandas de Bruxelas no processo.

Boris Johnson Michael Gove London
Ministros Boris Johnson e Michael Gove estariam pressionando May por um "Brexit duro"Foto: Getty Images/C.J.Ratcliffe

Uma reportagem publicada pelo jornal Mail on Sunday neste domingo revelou uma carta que teria sido escrita pelos ministros britânicos do Exterior, Boris Johnson, e do Meio Ambiente, Michael Gove, na qual eles pressionam May a seguir o chamado "hard Brexit", ou Brexit duro, cenário em que nenhum acordo seria alcançado com Bruxelas até março de 2019, quando o Reino Unido sair da UE.

No texto, eles teriam pedido à primeira-ministra que "esclarecesse as mentes" dos ministros de seu gabinete que são a favor de um divórcio mais suave, e fizesse com que eles "internalizem a lógica" da abordagem de Johnson e Gove.

Membro da União Europeia desde 1973, o Reino Unido é o primeiro país a iniciar os procedimentos para deixar o bloco. A saída deve ocorrer em 29 de março de 2019, dois anos após o início do processo de retirada, realizado com a ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa.

EK/rtr/dpa/efe/ots/dw

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