Conservadores e liberais lideram eleições na Islândia
28 de abril de 2013Os eleitores islandeses castigaram o governo do país nas eleições parlamentares deste sábado (27/04), por suas medidas de austeridade e seus esforços de adesão à União Europeia (UE). Conservadores e liberais estão a um passo de voltar ao poder.
O conservador Partido da Independência saiu como vencedor do pleito. Após a contagem de mais de dois terços das urnas, a agremiação conta com 26,5% dos votos válidos. Com isso, seu presidente, Bjarni Benediktsson, é o candidato com melhores chances de se tornar o novo primeiro-ministro islandês. O liberal Partido Progressista obteve cerca de 22% dos votos. Ambos os partidos já declararam estar dispostos a negociar a formação de uma coalizão. Juntos, eles reúnem a maioria absoluta dos assentos no Parlamento em Reykjavik.
Os social-democratas da primeira-ministra Johanna Sigurdardottir sofreram uma derrota severa, obtendo apenas 13,5% dos votos. Juntos com seu atual parceiro de coligação, o Movimento de Esquerda Verde, são representados no novo Parlamento com apenas 17 assentos.
Os dois partidos assumiram o governo em 2009, depois de o inflacionado setor bancário do país ter entrado em colapso durante a crise financeira global, levando a Islândia a uma grave crise. A liberalização do setor financeiro fora promovida pelos conservadores, no poder desde meados dos anos 90.
Perda de popularidade
Os social-democratas haviam conseguido tirar o país da crise com um duro programa de austeridade, reconhecido internacionalmente. No entanto, o governo perdeu em popularidade, devido a aumentos de impostos, tratamento indulgente com os credores estrangeiros, além do aumento da dívida pública e uma série de erros políticos.
"Nós oferecemos um caminho diferente, um caminho que leva ao crescimento, à segurança social, a mais benefícios e a mais empregos", ressaltou Benediktsson, de 43 anos, à agência de notícias Reuters. Ele assegurou que seu partido quer cortar impostos e aumentar o padrão de vida dos 320 mil islandeses.
Ele também anunciou duras negociações com os credores estrangeiros dos bancos que entraram em colapso. Além disso, quer suspender as negociações de adesão à UE, iniciadas pelo governo deposto. As negociações com Bruxelas estão paralisadas há muito tempo, especialmente por causa da política para a pesca, de fundamental importância para a Islândia.
MD/dpa/rtr