Coreia do Norte testa mísseis de médio alcance
18 de março de 2016A Coreia do Norte realizou lançamentos de mísseis balísticos de médio alcance, segundo informações das autoridades militares da Coreia do Sul divulgadas nesta sexta-feira (18/03). Autoridades americanas de Defesa dizem ter rastreado dois lançamentos, supostamente de mísseis Rodong, a partir de veículos móveis.
O primeiro míssil teria realizado um voo de 800 quilômetros antes de cair no mar. O segundo, lançado 20 minutos mais tarde, desapareceu dos radares após atingir altitude de aproximadamente 17 quilômetros. Ambos teriam partido da região de Sukchon, próxima à costa oeste norte-coreana.
A agência sul-coreana de notícias Yonhap confirmou que os mísseis seriam do tipo Rondong, e afirmou que o segundo projétil lançado teria se desintegrado em pleno voo.
O alcance de 800 quilômetros registrado após o lançamento do primeiro míssil vai além da média da maioria dos projéteis de curto alcance do arsenal de Pyongyang. Os Rodong podem atingir até 1.300 quilômetros de distância, segundo o ministério da Defesa da Coreia do Sul.
Este seria o primeiro teste feito por Pyongyang desde 2014 com mísseis com alcance suficiente para atingir o Japão. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, ordenou que as autoridades de seu país investigassem os lançamentos e confirmou o reforço na segurança do tráfego marítimo na região.
O país entrou com um protesto formal contra a Coreia do Norte através da embaixada japonesa em Pequim. "O Japão exige que a Coreia do Norte aja com comedimento e vai tomar as medidas necessárias, como advertências e atividades de segurança, para estar apto a responder a qualquer situação", afirmou Abe.
O ministério chinês da Defesa e o Departamento de Estado americano reiteraram que a Coreia do Norte deve cumprir seus compromissos e obrigações internacionais, como obedecer às resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
As tensões aumentaram recentemente, enquanto Pyongyang continua a desafiar as sanções impostas pela ONU em resposta a um teste nuclear realizado em janeiro. Exercícios militares promovidos pela Coreia do Sul em conjunto com os EUA exacerbaram a situação. Pyongyang considera provocativas as manobras, afirmando se tratar de um "ensaio" para uma invasão de seu território.
RC/afp/rtr/ap